"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Ano renovado pela Presença

Joel S. Goldsmith


Reconheça a Presença interna

Concordando com a necessidade de transformação de consciência, para tornar o ANO NOVO melhor em todos os sentidos, cabe-nos determinar: “Qual deve ser esse novo estado de consciência?”.

Nossos estudantes sabem que uma consciência imbuída da Verdade sempre expressará condições harmoniosas em sua vida. Sabem que nossa vida é um reflexo do grau de Verdade imbuída em nossa consciência, isto é, a qualidade da Verdade com que nossa consciência está construída.

Se bem que seja verdade que Deus constitui a nossa consciência e, portanto, já possuamos a plena, completa e perfeita consciência espiritual, devemos compreender que essa perfeição é potencial, disponível, demonstrável. Cabe a cada um de nós revelar aos poucos essa perfeição, por um trabalho individual na Verdade; pelo empenho em nossos deveres, até que a Presença seja realizada em plenitude à nossa consciência.

Sem um contínuo reconhecimento desta Presença Interna, ficamos hipnotizados pela consciência de massa e sujeitos a ela. Ficamos sob a lei de acidente: se coincidir de ser um novo ano progressista, de boa saúde, talvez partilhemos disso. Mas se acontecer um ano economicamente depressivo, de epidemia, também disso partilharemos.

O modo de evitar fazer parte da consciência de massa — esse viver robotizado, movido pelas crenças mundanas — é começar e terminar nosso dia em estado de oração. É manter-nos vigilantes na consciência de nossa real identidade, como filhos de Deus, vivendo uma própria vida e não a vida dos outros, assim como não buscamos que os outros vivam nossa vida. Deus é que deve viver em ou como nós.

“Deus, no meio de mim, é poderoso”. Há uma Presença divina que vai diante de mim “para endireitar os caminhos tortuosos” (Is.45:2). Há um Poder e uma Presença espirituais dentro de mim, que é a lei de ressurreição sobre toda a experiência humana, sobre os meus negócios e meu corpo; sobre minha profissão e minha saúde. Há uma influência espiritual que restaura até mesmo “os anos perdidos do gafanhoto”.

Devemos aprender a conscientizar a Presença divina em nós, muitas vezes ao dia - até que se torne uma constante. É isto que nos sobreleva a consciência da massa e nos capacita a viver sob a orientação de Deus, pela Graça. A Lei, a substância, o poder de Deus nos suprem, quando O reconhecemos em todos os nossos caminhos e conservamos nossas mentes focadas nEle. Só isto nos separa da influência da massa e salva-nos da experiência coletiva, capacitando-nos a ser uma Lei em nós mesmos.

Portanto, Sede Vós Perfeitos

Vimos a ser uma Lei sobre nós mesmos a partir do momento em que conscientizamos Deus em nosso íntimo e aceitamos que Ele nos dirija; do momento em que reconhecemos nosso relacionamento como Filhos e Herdeiros dEle, em usufruto de todas as riquezas celestiais. Só pela consciente e compreensiva aceitação desta Verdade é que nos colocamos sob a Lei de Deus. Estamos sob às leis da humanidade, sob a Lei do Karma, sob a Lei de Causa e Efeito. Todas as leis que operam sobre a consciência humana, produzem seus efeitos sobre nós, individualmente, enquanto não atingirmos a realização espiritual e não demonstrarmos a plenitude da harmonia pela Graça.

O mandamento é: “Portanto, sede vós perfeitos como é perfeito a vosso Pai celestial”. Elevando-nos gradualmente à perfeição é que nos separamos das leis e crenças que governam o mundo. Não há meio de um ser humano chegar a ser perfeito enquanto não reconhecer a perfeição potencial de Deus em seu íntimo, como possibilidade de alçar-se de “gloria em glória”, sob a orientação divina, sob Seu Reino e Sua Lei. Só podemos ser perfeitos pela realização da perfeição divina que já está em nós. Este reconhecimento é importante para estímulo e esforço consciente de superação da influencia de massa.

Como dissemos, esta perfeição não se ganha num instante. Devemos começar no ponto em que nós estamos, sem reclamar essa perfeição a nós mesmos, mas “esquecendo-nos das coisas que ficam para trás” e conscientizando que “Eu e o meu Pai somos Um”. Esta unidade governa nossa vida com harmonia. É uma benção, mesmo na pequena medida inicial de nossa capacidade. Ninguém, neste momento, está exprimindo a plenitude de Deus. Mas podemos regozijar-nos se, em alguma medida, já podemos demonstrar a capacidade de separar-nos da consciência de massa; se, em alguma proporção podemos apartar-nos dos erros, doenças e limitações a que estaríamos sujeitos num viver comum.

Não caiamos no mesmo erro de alguns estudantes metafísicos que desanimaram e desistiram do esforço, por não haverem demonstrado harmonia e liberdade interior completas. Ao contrário, alegremo-nos a cada pequeno avanço neste sentido, em nossa experiência, pois é prova de que estamos nos aproximando da mais alta realização, que será seguramente alcançada, se persistirmos neste caminho.

De nada nos vale saber, ler, pensar, que a sintonia com o Divino interno é benéfico. É preciso praticar! É indispensável buscar essa sintonia, para conquistá-la aos poucos. Se não a buscamos, quando a realizaremos?

Nossa vida, neste ano, pode ficar sob a orientação e governo amorosos de Deus, na medida em que aceitarmos e praticarmos esta verdade e nela persistirmos. Não há meio de a Lei ou a Verdade espiritual tocar-nos com a Graça, se não as aceitamos e não as buscamos conscientemente. Depende só de nós: é algo intransferível; ninguém pode fazer por nós, por mais que nos ame e por mais estreitos que sejam os laços que nos unam.

Lembremos: mesmo depois de três anos de íntimo convívio com o Mestre, Judas O traiu; os demais discípulos (com exceção de João) O abandonaram, quando Ele mais precisava deles. Isso mostra do quão convictos devemos estar da Verdade, para abraçá-la e demonstrá-la em todas as circunstâncias.


segunda-feira, dezembro 27, 2010

Suprimento é Espírito


Joel S. Goldsmith


No campo do mentalismo, é comum a pessoa querer demonsntrar suprimento, companhia, lar ou transporte. Já numa mensagem mística como a do Caminho Infinito, esta seria uma base incorreta de se trabalhar, pois, estaríamos partindo da premissa de que “eu não tenho”. Isto seria uma lástima, pois estaríamos endossando um senso de separação de Deus, do Bem, da “completeza” e da infinitude.

Suprimento é espírito e está dentro de nós. Não é visível e nunca o será. Escapa ao olhar humano; não o sentimos com nossos dedos humanos; jamais o ouvimos ou degustamos. O que vislumbramos no mundo exterior são as formas que o suprimento assume. Externamente, o suprimento assume a forma de dinheiro, de alimento, de vestuário, de moradia, de transporte, de capital empresarial, etc. Nosso discernimento espiritual nos confirmará essa verdade. Mais tarde, teremos a prova disso – não porque conseguiremos ver o suprimento, mas porque seremos capazes de reconhecer as formas que ele assume.

O suprimento é infinito e onipresente, onde quer que nos encontremos. Como Moisés, podemos compreender que não precisamos viver do maná de ontem, nem estocar o de hoje para amanhã: o suprimento é inesgotável.

Como o suprimento, também a Verdade não pode ser vista nem ouvida. Jamais veremos ou ouviremos a Verdade. Ela está dentro de nós. A Verdade é Espírito, a Verdade é Deus. Aquilo que lemos num livro ou escutamos à nossa volta não passa de símbolos da Verdade.

Assim, não iremos sair de nossa Consciência para demonstrar coisa alguma, uma vez que a infinita Consciência divina é a nossa Consciência individual, e ela incorpora a infinitude. Portanto, nada teremos de fazer para atrair o suprimento; antes, ele deverá surgir expressado de nosso próprio ser.

Enquanto vivermos neste conceito material de mundo, pensaremos em suprimento como puramente material, sempre consistindo de algo externo a nós, o qual devêssemos obter: dinheiro, casa, carro, etc. No mundo real, do Espírito, o suprimento nunca está fora de nós, nem é algo a ser adquirido, alcançado ou recebido posteriormente. Isto porque suprimento, no reino espiritual, é aquilo que Eu sou: Eu sou o pão; Eu sou o alimento; Eu sou a água. Sem qualquer pensamento voltado a algo ou alguém do mundo externo, voltamo-nos interiormente e comungamos com nosso ser interior, habitando na percepção de uma “completeza” inerente a esse nosso Eu.

Isto compreendido, poderemos olhar qualquer pessoa e notar sua completa independência com relação às demais, graças a este princípio de Autocompleteza. A Vida única cuida de nós, fazendo surgir tudo o que se faça necessário ao nosso desenvolvimento. Esta Autocompleteza que somos, e que tão fartamente nos supre, não é de fato nossa: ela flui em nós, através de nós, como fruto a ser compartilhado. Antes, porém, de o colocarmos em circulação, devemos nos elevar acima do conceito material de vida, que acredita necessitarmos de obter coisas externas. Você entende aonde eu quero chegar? Não é torná-lo um humano mais rico, mas torná-lo consciente do fato de que – O REINO INTEIRO DE DEUS É SEU! Não necessitamos de lutas, esforços, nem de aquisições: basta-nos ficarmos quietos, na percepção de nosso Eu que é completo, de nosso Eu que engloba a tudo.



sábado, dezembro 25, 2010

Deus aparece "como"

Joel S. Goldsmith


Deus é a “minha saúde”. Se isso for verdade, não devemos andar em busca de um Deus que seja um grande poder para eliminar doenças. Quando nos identificamos conscientemente com Deus, então Sua Presença, realizada em nós, já é a nossa saúde. Essa Presença não restabelece a saúde, nem contribui de qualquer forma para a saúde: Ela é saúde. Deus é saúde, e além dEle não há outra saúde. É sempre inútil tentar obter saúde. Mas, ao entrarmos em contato com Deus, constatamos que Ele é a nossa saúde.

Apesar de todos os ensinamentos em contrário, Deus não nos dá suprimento, não envia suprimento, não traz suprimento a ninguém. Deus é suprimento. Quando sentimos a presença de Deus, estamos em posse de todo o suprimento que existe, porque não há outro além dessa Presença. A presença de Deus, que é o verdadeiro suprimento, é tudo o que devemos querer ou desejar, porque quando a sentimos, constatamos que todas as coisas estão nela inclusas. Não há Deus e suprimento: Deus é suprimento e, e quando temos Deus, temos suprimento ilimitado.

Jamais devemos crer que Deus conseguirá uma casa bonita e confortável para morarmos. Deus é nossa moradia. Nós não devemos desejar uma casa ou que Deus a obtenha para nós. Tudo o que devemos desejar é o próprio Deus. E assim constataremos que quando temos Deus, teremos onde morar - uma casa bonita, uma habitação prática e muito bem situada.

Se estamos tentando achar uma casa separada de Deus - ou tentando achar uma por meio de Deus - poderemos nos surpreender com a demora que se dará para consegui-la. Entretanto, quando abandonamos o desejo de um lar, ou de uma casa, e alimentamos unicamente o desejo de conhecer a Deus corretamente, nosso lar ou casa aparecerá automaticamente, porque Deus é a nossa moradia. Só existe um lugar onde deveríamos viver, que é em Deus. Devemos viver, nos mover e ter o nosso ser em Deus, deixando de desejar residir em lugares, casas, cidades ou povoações, mas enfocando nossa atenção numa única coisa:

"Deus é minha habitação. Minha única necessidade é Deus – não um lugar onde morar, mas Deus. Quando tenho Deus, não só tenho onde morar, como também tenho tudo o que é necessário para montar uma casa e mantê-la."

Assim também é com relação à proteção ou segurança. Pedir tais coisas a Deus é perder tempo. Deus é torre alta, o nosso alto refúgio, é a nossa fortaleza. Se orarmos pela nossa identificação consciente com Deus, ou seja, com a sua onipresença, constataremos que mesmo quando andamos pelas ruas, sem qualquer proteção física, nossa proteção espiritual não permitirá que nenhum mal deste mundo se aproxime de nossa moradia. Como poderia isso acontecer, se nossa habitação é em Deus? Sofremos acidentes quando nossa moradia é em outro lugar. Mas, se vivermos conscientemente no esconderijo secreto do Altíssimo, se fizermos de Deus a nossa moradia, se fizermos de Deus nosso alto refúgio e fortaleza, se fizermos de Deus o nosso suprimento e a nossa saúde, então não necessitaremos andar em busca de lugares para morar, nem de fortalezas, saúde ou suprimento, porque Deus é todas essas coisas.

Deus não pode enviar saúde, não pode prover suprimento, não pode garantir segurança ou proteção, não pode dar nem mesmo sabedoria. Deus é tudo isso. Desistamos, pois, de pedir essas coisas ou quaisquer outras a Deus, mas tratemos de conseguir entrar em contato consciente com Deus, somente com Deus, conscientizando Sua presença. Então poderemos constatar que Deus se revela na vida prática, a tal ponto que, se estivéssemos numa floresta, e sem nenhum meio de conseguir alimento - como esteve Elias -, os corvos no-lo trariam; ou, ao acordarmos, encontraríamos pão sendo cozido sobre pedras, sob nossas vistas; ou, ainda, se nos encontrássemos num deserto e sem alimento - como se viu Moisés - cairia maná do céu para nós. Aliás, nenhum destes homens jamais se interessou por outra coisa que não fosse a sua própria identificação consciente com a presença de Deus.

A multiplicação dos pães e peixes não foi efetuada pelo Mestre. Ele nada mais fez senão voltar-se interiormente para o céu. Em outras palavras, compenetrou-se da presença e da graça de Deus, e então, automaticamente, os pães e peixes foram multiplicados. Nós não podemos multiplicar pães e peixes. O próprio Jesus não o fez. Ele apenas identificou-se conscientemente com Deus como Onipresença e Onipotência, e esse estado de autorrealização refletiu-se naquilo que compreendemos como sendo as coisas práticas da vida cotidiana. Do mesmo modo, nós também, se necessitarmos de emprego, seremos conduzidos de forma a encontrá-lo, se necessitarmos de uma casa, seremos levados a encontrar o que parecerá ser o nosso lar, se necessitarmos de amigos, parentes, ou de alguém para nos ajudar, tudo nos será proporcionado.

Não procures Deus por um lado e suprimento por outro, nem suprimento e Deus; sobretudo, nunca procures usar Deus como um meio para conseguires uma casa, companhia ou saúde, porque isto seria pretender fazer de Deus um servo. Ele nunca poderá ser isso. Jamais poderás servir-te de Deus, a Verdade; mas Deus, a Verdade, é que te pode usar. Deus, a Verdade, pode manifestar-se em ti e através de ti.


quinta-feira, dezembro 23, 2010

Estabelecendo contato com Deus


Joel S. Goldsmith


Antes de iniciar qualquer de nossas atividades, precisamos estabelecer contato com Deus. Aquele que ainda não aprendeu a fazê-lo, a princípio levará algum tempo. Talvez necessite ler durante alguns minutos, sentar-se e meditar alguns minutos mais... tornar a ler e meditar, refletir sobre alguma Verdade, e meditar mais uma vez. Possivelmente levará uma hora para conseguir e sentir que o conseguiu.

Os que estão sempre muito ocupados com as atividades deste mundo poderão perguntar: “Como poderei dispor dessa hora?" – Isso cada um terá que determinar por si. Cada um terá que decidir se vale a pena conseguir essa realização espiritual, levantando-se uma ou duas horas mais cedo, ou se é mais importante continuar dormindo.

Consciosa e honestamente, ninguém pode alegar não dispor de tempo. Todos dispõem de vinte e quatro horas por dia. Mesmo que cada um tenha obrigações diárias a cumprir por doze horas, poderá, indubitavelmente, decidir se nas doze horas restantes assistirá a programas de televisão, ouvirá rádio, irá a um cinema, dormirá ou passará pelo menos duas dessas horas tentando sentir-se em união com Deus. A cada um cabe determinar até que ponto realmente anseia ter essa experiência.

Ter contato com Deus não é apenas afirmar mental ou verbalmente que o temos - é mais do que isso: é sentirmo-nos intima e efetivamente livres de temores e preocupações de natureza mundana. Depois desse contato, recebemos maior luz espiritual e opera-se uma mudança gradativa em nosso corpo, em nossa situação financeira e em outras circunstâncias de nossa vida. Quando atingimos esse estado de efetiva realização, sabemos que estamos sendo divinamente conduzidos, divinamente protegidos, divinamente instruídos, e vivemos sempre na presença de Deus, seja qual for a situação em que aparentemente nos encontremos.

Deus pode, inclusive, manifestar-Se a Si mesmo a nós. Uma vez que Deus é o ser individual infinito, Deus é onipresente como a sua consciência individual. Esta onipresença pode aparecer a você sob qualquer forma que sua consciência possa aceitar. Não limite a forma na qual a verdade, a orientação, a saúde, a cura possam vir a você, porque Deus é infinito em Sua atividade, Deus é infinito na forma e na aparência.

Aceite a verdade que Deus pode aparecer a você individualmente: Deus pode aparecer a você dentro de sua própria consciência. Deus pode aparecer como aquele que ensina, cura e salva. Deus pode aparecer como direção, sabedoria e orientação. Aceite Deus sob qualquer forma na qual Ele possa aparecer em sua consciência, quando você está em silêncio. Não tenha medo de qualquer visitação interior. Quanto maior o grau de desenvolvimento que você atingir nesse trabalho, maior será a revelação interior da natureza individual vinda a você. Você receberá a sua manifestação individual de Deus e Deus aparecerá a você de uma forma individualizada.

Tão logo, pela meditação, você avance na prática e possa alcançar o ponto em que estará acima “deste mundo”, irá me conhecer como eu sou e irei conhecê-lo como você é. É assim que ocorrem as curas, e isso explica porque previno aos estudantes que não digam às pessoas que devam se corrigir e que não recusem pacientes que não pareçam estar agindo conforme eles julguem ser o certo. O estudante não tem nada com isso. Cabe-lhe se voltar ao próprio interior e ver a pessoa necessitada de ajuda como sendo Deus; e então, rapidamente o paciente se amoldará ao “modelo que te foi mostrado sobre o monte” (Hebreus 8:5).

O mundo está hipnotizado a tal ponto por pessoa, local e coisa, que, dispondo de boa pessoa, bom lugar e boa coisa, todos julgam isso tão agradável e confortável que, desejando desfrutar desses efeitos, não buscam nem desejam algo mais elevado do que eles. Estes prazeres e usufrutos materiais, contudo, não podem ser uma graça permanente, pois, por mais bem que a pessoa possua, ela ainda continuará flutuando entre os pares de opostos (bem e mal).

Assim, digo-lhe mais uma vez: se for levado a tratar uma pessoa na intenção de mudá-la ou aumentar-lhe os bens “deste mundo”, ou se você temer a guerra, a depressão, a bomba atômica, você estará hipnotizado. A questão, nesse caso, será simplesmente a de se saber em que data você será posto num túmulo. Entretanto, se você captar esta visão espiritual, no momento em que for deixar este mundo passará por uma experiência de transição que será melhor e mais elevada do que esta.

Você não pode tratar uma pessoa; não pode tratar uma condição. Seria o mesmo que tentar tratar “cobras vistas no vaso”, dizendo: “Preciso escapar de minhas três cobras” (No caso de um vaso em que flores são vistas como cobras, por sugestão de um hipnotizador). "Assim que me livrar delas, terei condições de estudar melhor.” Pode ver que grande tolice? Não há cobra alguma presente; portanto, jamais irá conseguir escapar delas. Tudo o que tem a fazer é escapar do hipnotismo!

Quando de fato você souber disso e acreditar – e não meramente aceitar as palavras -, não terá mais que estudar a Verdade, pois o único objetivo deste estudo é aprender que o hipnotismo é a única ilusão; tendo isso sabido, não haverá mais o que estudar. Todo o restante ficará para ser vivenciado dentro de nosso próprio ser.

No instante em que tentar mudar ou melhorar um estado de doença ou condição, você próprio estará hipnotizado, uma vez que inexistem doenças ou condições apartadas do mesmerismo ou hipnotismo (aquelas são intrínsecas a estas). Portanto, ser levado a trabalhar uma condição apenas irá torná-la inteiramente pior.

Aqueles que estão lendo ou estudando a Verdade, ou que estão empregando a Verdade para obter uma cura, suprimento ou outra coisa qualquer, logo perceberão que quanto mais fixarem suas mentes no anseio de escapar da condição ou obter uma cura, mais estarão se envolvendo com a miragem da ilusão. É preciso notar que não há nenhuma demonstração humana a ser feita. Há somente uma demonstração, e esta é obter a conscientização de Deus.

Quando você puder conscientizar Deus, conseguirá tudo: terá vida imortal; eternidade e infinitude. Você não poderá demonstrar um lar, uma companhia, um divórcio ou um trabalho: poderá apenas demonstrar a Presença de Deus, e esta inclui toda natureza da demonstração externa que deva ser feita.


segunda-feira, dezembro 20, 2010

A Verdade brilha em cada ponto da mentira

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Dárcio Dezolt


Quando é dito que a premissa básica do estudo da Verdade é esta: DEUS É TUDO, o que está sendo revelado é que a mentira, por maior ou menor que seja, é mentira, e nunca a Verdade. A Verdade brilha universalmente, alheia a quaisquer mentiras que possam ser inventadas, propagadas e sugeridas como existências pela suposta mente humana.

Poderíamos afirmar, escrever e divulgar, o tempo todo, que o resultado para a conta 2+2 fosse 10, que fosse amanhã 12, no ano que vem fosse 15, e que, no ano de 2012 fosse o fim da matemática, etc. Poderíamos inventar o que quer que fosse, mesmo assim, o “quatro”, que é a verdade única presente, e o princípio matemático universal prevaleceriam.

A mente humana é capaz de inventar infinitas mentiras sobre você! Pode inventar que você é separado de Deus, que você nasceu de seres humanos, que está na Terra para evoluir, que é pecador, que está aqui para expiar erros do passado, que o passado existe, que no presente você tem o bem e o mal para escolher, que no futuro você poderá ser salvo ou não, dependendo do uso que fizer de seu livre-arbítrio, etc. São infinitas as mentiras que ela é capaz de levantar sobre Deus, sobre o Universo e sobre VOCÊ! Porém, sejam quantas forem as mentiras, sejam quais forem as deduções lógicas usadas, sejam quais forem as imagens que “os cinco sentidos” captem para lhe convencer de que tais mentiras sejam verdadeiras, prevalece a Verdade, incólume, no lugar de todas elas, que é DEUS SENDO TUDO, SENDO O UNIVERSO INFINITO E SENDO VOCÊ!

Assim como você descartaria como absurdos quaisquer resultados diferentes do “quatro”, para a conta “dois mais dois”, descarte todas as crenças, noções, deduções e aparências que enxerguem em VOCÊ algo diferente ou dessemelhante de Deus!
Além disso, como você jamais meditaria para transformar um “três” em “quatro”, jamais medite para transformar "mentiras" sobre você em VERDADE! Por isso, comece sempre suas “contemplações” pela VERDADE - e não preocupado em “curar” mentiras! A Verdade é a Verdade; e, tal como o “quatro” é o resultado único e permanente para a conta em questão, VOCÊ É UNICA E PERMANENTEMENTE DEUS EM EXPRESSÃO, e ponto final.

domingo, dezembro 19, 2010

A Grande Revelação

Mary Baker Edy
Mary Baker Eddy


A Ciência Cristã revela a grande verdade de que, acreditar que o homem tenha uma mente finita e falível e, em consequência, uma mente, alma e vida mortais, é erro. Os termos científicos não têm significados contraditórios.

Na Ciência, a Vida não é temporal, mas eterna, sem começo nem fim. A palavra Vida nunca significa aquilo que é a fonte da morte, do bem e do mal. Tal inferência não é científica. É como dizer que a adição significa subtração num caso e adição em outro, e então aplicar essa regra a uma demonstração da ciência dos números, do mesmo modo como os mortais aplicam termos finitos em relação a Deus, para demonstrar a infinidade. Vida é um termo usado para designar a Divindade; e qualquer outro nome que se dê ao Ser Supremo, se for empregado com propriedade, tem o significado de Vida. Tudo o que erra é mortal, e é o antípoda da Vida, ou Deus, da saúde e da santidade, tanto em ideia como em demonstração.

A Ciência Cristã revela que a Mente, o único Deus vivente e verdadeiro, e tudo o que foi feito por Ele - a Mente - é harmonioso, imortal e espiritual; os cinco sentidos materiais definem a Mente e a matéria como distintas, mas reciprocamente dependentes uma da outra, para manifestarem inteligência e existência. A Ciência define o homem como imortal, como coexistente e coeterno com Deus, como feito à própria imagem e semelhança de Deus; o sentido material define a vida como algo separado de Deus, algo que tem começo e fim, e o homem, como muito distante da semelhança divina. A Ciência revela a Vida como uma esfera completa, como Mente eterna, existente por si mesma; o sentido material define a vida como uma esfera quebrada, como matéria orgânica, e a mente como algo separado de Deus. A Ciência revela que o Espírito é Tudo, asseverando nada existir além de Deus; o sentido material diz que a matéria, o antípoda de Deus, é algo existente fora de Deus. O sentido material acrescenta que o Espírito divino criou a matéria, e que a matéria e o mal são tão reais quanto o Espírito e o bem. E isto é erro.

A Ciência Cristã revela Deus e Sua ideia como o Tudo e o Único. Declara que o mal é a ausência do bem, ao passo que o bem é Deus sempre presente, e que, portanto, o mal é irreal e o bem é tudo quanto é real. A Ciência Cristã diz à onda e à tempestade: “Acalma-te” - e se faz grande bonança. O sentido material pergunta, em sua ignorância sobre a Ciência: “Quando cessará a fúria dos elementos materiais?” A Ciência diz a toda espécie de doença: “Sabei que Deus é todo poder e toda presença, e nada existe fora dEle” - e os doentes são curados. O sentido material diz: “Oh, quando cessarão os meus sofrimentos? Onde está Deus? A doença é algo existente fora dEle, que Ele não pode ou não quer curar.”

A Ciência Cristã é a única base segura da harmonia. O sentido material contradiz a Ciência, pois a matéria e suas pretensas organizações não percebem os fatos espirituais relativos ao universo, ou acerca do homem real, e de Deus. A Ciência Cristã declara existir uma só Verdade, Vida, Amor, um só Espírito, Mente, Alma. Qualquer tentativa de dividi-los provém da falibilidade dos sentidos, da ignorância do homem mortal, da inimizade contra Deus e contra a Ciência divina.

A Ciência Cristã declara que a doença é uma crença, um temor latente, que se manifesta no corpo em diferentes formas de medo ou moléstia. Esse temor é formado inconscientemente no pensamento silente, como quando despertais do sono e vos sentis mal, experimentando o efeito de um temor de cuja existência não vos apercebeis; mas se adormecerdes, realmente conscientes da verdade da Ciência Cristã – ou seja, de que a harmonia do homem é tão inviolável como o ritmo do universo – não podereis despertar com medo ou sofrimento de espécie alguma.

A Ciência diz ao medo: “És escuridão, o nada. Estás sem 'esperança', e sem Deus no mundo. Não existes, e não tens o direito de existir, porque 'o perfeito amor lança fora o medo'."

Deus está em toda parte. “Por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo”; e esta voz é a Verdade que destrói o erro, é o Amor que lança fora o medo.

A Ciência Cristã revela o fato de que, se o sofrimento existe, é só na mente mortal, pois a matéria não tem sensação e não pode sofrer.

Se expulsais da mente mortal toda sensação de doença e sofrimento, essa sensação não poderá ser encontrada no corpo.

A posteridade terá o direito de exigir que a Ciência Cristã seja exposta e demonstrada em sua santidade e grandeza – e embora o ensinado ou o aprendido seja pouco, que esse pouco seja correto. Que haja leite para as criancinhas, mas não permitais que o leite seja adulterado. A não ser que se siga esse método, a Ciência da cura cristã se perderá outra vez e o sofrimento humano aumentará.

Provai a Ciência Cristã pelo seus efeitos sobre a sociedade – quanto à ilusão do pecado, da doença e da morte – porquanto produzem melhores frutos de saúde, justiça e Vida, do que a crença na realidade dessa ilusão jamais produziu. A demonstração da irrealidade do mal destrói o mal.


quinta-feira, dezembro 16, 2010

Poema: "Samadhi"

[samadhi.jpg]
Paramahansa Yogananda


"Levantados os véus de luz e sombra,
Evaporada toda a bruma de tristeza,
Singrado para longe todo o amanhecer de alegria transitória,
Desvanecida a turva miragem dos sentidos.

Amor, ódio, saúde, doença, vida, morte:
Extinguiram-se estas sombras falsas na tela da dualidade.

A tempestade de maya serenou
Com a varinha mágica da intuição profunda.

Presente, passado, futuro, já não existem para mim,
Somente o Eu sempiterno, onifluente, Eu, em toda parte.

Planetas, estrelas, poeira de constelações, terra,
Erupções vulcânicas de cataclismos do juízo final,
A fornalha modeladora da criação,
Geleiras de silenciosos raios X, dilúvios de elétrons ardentes,
Pensamentos de todos os homens, pretéritos, presentes, futuros,
Toda folhinha de grama, eu mesmo, a humanidade,
Cada partícula da poeira universal,
Raiva, ambição, bem, mal, salvação, luxúria,
Tudo assimilei, tudo transmutei
No vasto oceano de sangue de meu próprio Ser indiviso.

Júbilo em brasa, frequentemente abanado pela meditação,
Cegando meus olhos marejados,
Explodiu em labaredas imortais de bem-aventurança,
Consumiu minhas lágrimas, meus limites, meu todo.

Tu és Eu, Eu sou Tu,
O Conhecer, o Conhecedor, o Conhecido, unificados!

Palpitação tranqüila, ininterrupta, paz sempre nova,
Eternamente viva.

Deleite transcendente a todas as expectativas da imaginação,
Beatitude do samadhi!

Nem estado inconsciente,
Nem clorofórmio mental sem regresso voluntário,
Samadhi amplia meu reino consciente
Para além dos limites de minha moldura mortal
Até a mais longínqua fronteira da eternidade,
Onde Eu, o Mar Cósmico,
Observo o pequeno ego flutuando em Mim.

Ouvem-se, dos átomos, murmúrios móveis;
A terra escura, montanhas, vales são líquidos em fusão!

Mares fluidos convertem-se em vapores de nebulosas!

Om sopra sobre os vapores, descortinando prodígios.

Mais além,
Oceanos desdobram-se revelados, elétrons cintilantes,
Até que ao último som do tambor cósmico,
Transfundem-se as luzes mais densas em raios eternos
De bem-aventurança que em tudo se infiltra.

Da alegria eu vim, para a alegria eu vivo, na sagrada alegria,
Dissolvo-me.

Oceano da mente; bebo todas as ondas da criação.

Os quatro véus do sólido, líquido, gasoso, e luminoso,
Levantados.

Eu, em tudo, penetro no Grande Eu.

Extintas para sempre as vacilantes, tremeluzentes sombras,
Das lembranças mortais:
Imaculado é meu céu mental – abaixo, à frente e bem acima;
Eternidade e Eu, um só raio unido.

Pequenina bolha de riso, eu,
Converti-me no próprio Mar da Alegria."


[Yogananda1.jpg]

terça-feira, dezembro 14, 2010

Poema: "Canto da Vida Eterna"

Seicho-No-Ie


"Este corpo é como o arco-íris.
O arco-íris não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como a bolha.
A bolha não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como a miragem.
A miragem não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como o eco.
O eco não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como o relâmpago.
O relâmpago não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como a nuvem.
A nuvem não é perene
e em breve desaparece.

Este corpo é como a correnteza.
A correnteza é inconstante
e se escoa sem parar.

Este corpo é como a bananeira:
parece que é sólido,
mas não tem consistência.

Este corpo é como o fogo:
parece que transmite calor,
mas a tudo consome e se extingue.

Este corpo é como o sonho:
parece que é real,
mas é irreal e efêmero.

Este corpo vem da ilusão:
parece ter substância,
mas é vazio e efêmero.

Este corpo é desamparado;
parece ter amparo,
mas logo se desmorona.

Este corpo não possui mente;
embora pareça possuí-la,
não a possui, tal qual entulho.

Este corpo não tem vida;
como palha carregada pelo vento,
é arrastado pela força do carma.

Este corpo é impuro;
embora pareça formoso,
está repleto de impurezas.

Este corpo é transitório;
embora pareça duradouro,
um dia terá de morrer.

Não é existência verdadeira
o que some como a bolha,
o arco-íris, a miragem, o eco.

Não tomeis por vosso Eu
o que não é existência verdadeira;
jamais o considereis vosso Eu.

O que é efêmero não é o vosso Eu.
O que morre não é o vosso Eu.
O que desaparece não é o vosso Eu.

O que é eterno, eis o Eu!
O que é imortal, eis o Eu!
O que é universal, eis o Eu!"



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domingo, dezembro 12, 2010

"Aquieta-te, e sabe: Eu sou Deus"


Unidade



Este passo bíblico é muito famoso por seu profundo sentido. O primeiro significado, o mais evidente, básico no Cristianismo prático, é o do reconhecimento de que o Cristo interno é o nosso ser real que, em quietude, relaxidão e confiante entrega ,devemos buscar, nos exercícios da prece e de meditação. A sintonia com Ele, a disposição de ouvi-Lo e fazer-Lhe a vontade, é a meta nossa.

O outro sentido - que é uma decorrência - é que, ao reconhecer e experienciar o Cristo interno como nosso verdadeiro Eu, não mais nos detemos em aparências negativas do mundo e das pessoas, senão que reconhecemos o bem subjacente a tudo e a todos, manifestando o melhor, apesar das manhas da parte humana: não mais defendemos com indignação e força a justiça, porque sabemos que o divino amor estabelecerá a ordem e restaurará os direitos; não mais permanecemos nos sintomas e receios de enfermidade, mas visualizamos com fé e calma, a Vida de Deus em ação como fortaleza e saúde; não mais manifestamos queixas, agitação emocional e ressentimentos ante a deslealdade, abusos e desencontros, mas agimos com firmeza, lucidez e harmonia. Portanto, quando conscientizamos o "EU REAL" e Ele efetivamente preside à nossa vida, pondo o "ego" como servo obediente e fiel, podemos conjugar, em consciência: Eu Sou. Tu és, nós somos...


"Aquieta-te e sabe: Eu Sou Deus!"
- Salmo 46: 10 -

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Você já sorriu hoje?

Massao Murakami


VOCÊ JÁ SORRIU HOJE?


Se você não soube responder à pergunta acima, é bom começar a rever os tipos de pensamento que você tem. E se você disse “muitas vezes”, ótimo, mas preste atenção também, para saber o quanto seu sorriso faz a diferença na sua vida e na vida das pessoas que convivem com você. Mas, o que é o sorriso?

Cientificamente falando, é a manifestação de um estado de êxtase, provocado pelo estímulo de certas substâncias que são liberadas no organismo.

Mas a dúvida ainda persiste: Por que nós rimos? E por que só nós, humanos, sorrimos? Se pararmos para pensar, realmente é incrível e maravilhosa essa nossa capacidade única de juntar todas as nossas forças e emoções, e liberar num ato em que sentimos trabalhar todos os músculos do corpo! A ciência também comprova a eficácia do riso em nossa saúde, pois reduz o nível de estresse, o corpo torna-se mais resistente às doenças e aos problemas psicológicos, e seus efeitos também refletem no ambiente, tornando mais alegre, atraindo pessoas alegres e otimistas, e isso contribui com certeza para que tudo ocorra naturalmente, de forma positiva.

Enfim, é um ato que faz unir as pessoas, servindo até de linguagem para os povos que não se entendem. As pessoas que sorriem mais vivem melhores e por mais tempo; têm mais sorte na vida; levam a vida com menos problemas que outras pessoas; atraem mais pessoas, têm mais amigos... enfim, são inúmeras as vantagens de se levar uma vida positiva, sem guardar mágoas.

Ser uma pessoa alegre, sorridente, é, de certa forma, uma filosofia de vida, que, aliás, se assemelha muito com o ensinamento da Seicho-no-ie. Aprendemos que o Homem é Filho de Deus. Este é o principal ensinamento, a base de tudo. E se pararmos para pensar e refletir, por trás desta Verdade, existe uma sabedoria grandiosa! Onde descobrimos que herdamos todas as características de Deus, e que somos naturalmente perfeitos e capazes, e que apenas o bem existe. E a aplicação na vida diária destes ensinamentos é que faz a Filosofia de Vida da Seicho-no-ie.

Mas não temos que nos preocupar em sermos alegres, sorridentes, pois isso é o efeito, e não a causa. Tornamo-nos pessoas alegres quando descobrimos e entendemos essa incrível sabedoria; quando percebemos que somente o bem existe e tudo é reflexo da nossa mente, ou seja, tudo que acontece e existe, somos nós que criamos, e tudo que quisermos, somos nós que teremos de nos esforçar para criar. Se quisermos mudar o ambiente, se quisermos evoluir no trabalho, nos estudos, no amor... enfim, tudo! Tudo depende somente de nós mesmos! E assim, conseguimos manifestar toda essa maravilhosa sabedoria em nosso corpo, onde a melhor forma de demonstrar, é em forma de alegria e sorrisos.

Prestem bastante atenção naquelas pessoas ao seu redor que estão sempre alegres, sorrindo, positivas e otimistas. Verão que não são alegres sem motivo, pois não existem pessoas alegres sem motivo. Pode parecer apenas o jeito delas, mas com certeza elas estão manifestando tudo aquilo que é natural, e estão inconscientemente nos dando uma lição de vida, com uma nova forma de ver a vida.

Pode não ser da sua personalidade estar sempre sorrindo, mas se você (ou as pessoas ao seu redor) acha que é uma pessoa pessimista, e que afasta as pessoas, ao invés de atraí-las, que tal começar a reavaliar seus objetivos, seus ideais, e principalmente, sua forma de ver a vida?


domingo, dezembro 05, 2010

Trabalhe em Deus, não em limitações visíveis

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Dárcio Dezolt


Quando entendemos que a mente humana não vê a Realidade, e que o mundo visível e suas limitações são meras aparências hipnóticas, deixamos de dar atenção a elas. E, desse modo, as limitações e carências começam a se evaporar de nossa experiência.

Que ilusão a mente humana está lhe mostrando hoje? De solidão? Falta de dinheiro? De saúde? Seja qual for, saiba que ilusão é ilusão! Solte sua mente dela! Acredite na Verdade revelada! Aqui mesmo é um Universo Infinito-dimensional! O Infinito é completo! É perfeito! É ilimitado! Não há falta de nada em todo o Universo da Realidade! Aceite radicalmente esta Verdade! Prove que a aceitou mudando seu semblante para o de alguém radiante e pleno de felicidade! Para o de alguém com “cara de prece atendida”. É assim que nos desapegamos da ilusão e nos abrimos à Verdade.

Faça alguma coisa diferente, em vez de ficar como estava, se lamuriando ou esperando melhorias futuras! Futuro não existe! Ponha-se em atividade! Qualquer uma! Até varrer a casa ou limpar uma vidraça! Faça alguma coisa em benefício de alguém! Acorde! Você não está aqui para ver limitação! Está aqui porque Deus está aqui! Está aqui porque Deus é sua real identidade!

Como? Não se sente com essa corda toda? Não importa! A VERDADE É ESTA! Aceite-a sem contestar! Viva o Agora! Aja neste Agora! O Universo é seu! Pleno de Amor, Beleza, Graça e Felicidade!

Solte da mente os quadros falsos de limitação! Perceba que o Infinito é o UNO que é VOCÊ! Desperte para esta Verdade! Repita pausada e convictamente a frase de Cristo “Eu e o Pai somos um”, e, nesta confiança plena no Invisível, verá o visível se amoldar ao seu domínio espiritual!


“O que se vê provém do que não se vê”. Esta frase está em Hebreus, 11:03! Entenda-a, e saberá por que você precisa soltar de vez os quadros falsos de limitação! Se assim fizer, estará soltando o antigo “carimbo” da mente! Crie um “carimbo” novo! Infinito! Deus está em Unidade com tudo e com todos! Deus é Infinito! Espírito! Perfeição! Amor! Tudo que Deus é, VOCÊ É! DEUS É TUDO!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Deus é a consciência individualizada

Joel S. Goldsmith


Com a percepção da Verdade do Ser, você aprende que todo o poder está em sua própria consciência e em sua consciência daquilo que lhe estiver aparecendo. O Poder nunca está separado da consciência, nem jamais está “lá fora”, em alguma pessoa, lugar, circunstância ou condição. Deus, a Consciência infinita, divina, que é a Consciência individual, é toda autoridade, todo poder, toda harmonia. É por meio desta compreensão que você toma posse de seu domínio. Este domínio não é pessoal, mas de Deus, agindo como Consciência individual.

É incorreto condenarmos outras pessoas ou culparmos uma circunstância ou condição por qualquer erro presente em nossa experiência. Ademais, é incorreto acreditarmos que haja algo sobre o que não tenhamos controle. A falha real reside à porta da ignorância da Verdade. Tudo aquilo que ocorre em nossa experiência é o resultado direto de nossa consciência; assim, é chegada a hora de pararmos de culpar algo ou alguém por causa de nossos problemas e confusões. Problemas e confusões são apenas ajustes; e, é preciso que haja ajustes, se estivermos progredindo espiritualmente. Sua experiência é seu próprio estado de consciência se desdobrando, quer seja o assunto referente à sua saúde, lar, companhia, negócio ou suprimento.

Todo poder está em Deus, e como Deus é a sua consciência individual, todo o poder lhe está disponível. Ao conservar na consciência esta Verdade, é natural que sua consciência se manifeste como o que parece ser uma pessoa, um lugar, uma circunstância ou condição melhorados. Uma vez aprendida esta Verdade, é indesculpável que continue permitindo o domínio por parte de algo ou alguém do exterior. Nenhuma experiência pode-lhe advir, exceto como o desdobrar de sua própria consciência; e, uma vez percebido que tudo é Deus, que Se revela e Se desdobra, a experiência que você atrai estará ao nível desta conscientização.

Apenas através de sua própria conscientização é que será capaz de prestar auxílio aos outros; portanto, faça-se esta pergunta: “Eu realmente reconheço a Deus como sendo a minha própria Consciência individual?” Seu trabalho estará terminado quando atingir a sensação de unicidade com Deus. Assim, procure fazer de hoje o seu dia desta consciente realização, e toda a sua vida se renovará. A experiência passada nada tem a ver com isso, nem tampouco idade ou carências. Tudo o que lhe é requerido é que tenha o desejo sincero de fazer de hoje o dia da consciente unicidade com Deus; e, quando esta sensação de unicidade for discernida, irá se tornar uma lei de paz e harmonia para si mesmo e também para todos que estiverem dentro da faixa de sua consciência.

Para o bem de quem deseja ajudar a outros, será preciso deixá-los em paz. Não tente levar algum benefício ao indivíduo, porque nenhum apelo ao intelecto humano pode convencer o próximo da Verdade. Deixe que a Verdade toque aqueles que estão prontos para Ela. Tampouco os conduza aos seus pensamentos. Ao voltar-se a Deus, automaticamente Deus Se tornará o contato com todo indivíduo da terra que, no momento, estiver capacitado a participar de sua experiência.

Você está lidando com um princípio – um princípio que irá curar, salvar e reformar. Lembre-se, porém, de que este princípio pode atuar somente e quando você deixar o indivíduo (paciente) fora de seus pensamentos, e deixar que sua mente fique estabelecida no fato de que Deus é a causa, a lei e o efeito referentes a tudo aquilo que “É”. O segredo da vida harmoniosa está inteiramente embasado na conscientização de Deus como Consciência individual. Uma vez que você compreenda isto, poderá confiar qualquer um ao governo de sua própria Consciência. Deixe o indivíduo repousar nesta Verdade: “solte-o e deixe-o ir”.

Suponha que se defronte com uma alegação de uma função ou órgão do corpo discordante. Volte-se do problema rumo ao Pai interior, e pergunte a si mesmo: “A saúde, a atividade, o poder, encontram-se em alguma parte do corpo? Não é o corpo, em sua inteireza, um efeito da consciência? Não é a consciência que governa e controla o corpo? A Consciência não é Deus?” Como Deus é a Consciência do indivíduo, Deus é a substância do corpo, a função dos órgãos. Deus tem controle sobre tudo que aparece como corpo ou função corpórea. Portanto, a harmonia é a lei sempre-presente. No momento em que tiver conscientizado esta Verdade, o domínio sobre o órgão ou função discordante será comprovado.

Se a questão for referente a suprimento, volte-se da aparência e considere o assunto do suprimento. Conscientize Deus como a consciência do indivíduo, e esta consciência como sendo o suprimento. Se a questão for de separação, deixe a aparência e conscientize Deus como unicidade. Tudo estando presente em Deus, a crença em separação é dissolvida. Assim, na meditação, a consciência é aberta em direções específicas.

Aceite este princípio espiritual: Deus é a Vida, Alma, Mente, Inteligência, Substância e Forma do ser individual. Conscientize que, ao dizer “Deus”, você está falando da consciência do indivíduo (sua e minha), e esta Consciência (Deus) Se torna lei de saúde, de riqueza, de harmonia e felicidade a todos. Uma vez aceita esta Verdade como um princípio, você automaticamente se voltará a ele sempre que surgir alguma aparência ou alegação de erro. A pessoa em busca de ajuda não será o foco de sua consideração: ela meramente receberá o benefício. Seu único interesse será o seguinte: “Qual é o princípio envolvido”? Mantenha seu interesse unicamente nesta Verdade universal; e, ao abraçá-la como tal, todos que entrarem em contato com você serão curados. E então, sua gratidão não será pelas curas: sua alegria será sentida pelo princípio ter-se expressado.

Todo domínio está em Deus, toda jurisdição está em Deus, e se você estiver silencioso o bastante, quieto o bastante, Ele será manifesto. Você tem o domínio sobre “este mundo”, não como um ego humano presunçoso, mas pela Graça de Deus; e você somente a manifestará e expressará na percepção silenciosa. Não importa quão elevados possam ser seus pensamentos humanos: eles não são os pensamentos de Deus. Os pensamentos de Deus vêm somente no Silêncio – na conscientização de Deus como Consciência individual, que Se desdobra e Se revela.


segunda-feira, novembro 29, 2010

Oração Absoluta


Dárcio Dezolt


Em última análise, toda oração objetiva dar fim à dualidade ilusória, que admite a Mente de Deus ao lado de “mente humana”. Os estudos revelam que “as coisas vistas pela mente humana são todas ilusórias”, e, também, que esta própria mente humana não existe! O processo ilusório é hipnótico, fazendo alguém se mostrar envolvido com a “mente que não existe” e também com todas as ficções que ela lhe apresenta. As formas de orações existem sob os mais diversos graus de percepção. Há o tipo de oração em que a pessoa aceita ter a mente humana, e entra em silêncio para esta mente receber inspiração, paz, boas ideias, etc. Há o tipo de oração em que a pessoa louva a Deus, repete mantras, e busca, desta forma, “entrar” em sintonia com Deus. São inúmeras as formas de oração, e cada uma cumpre certo objetivo com o seu valor e com seu grau de profundidade.

Quando estudamos a Verdade absoluta, objetivamos, também, fazer uma “oração absoluta”
. Esta consiste em discernirmos, sem esforço algum, que “não existe ninguém orando”, mas existe somente O UNO SENDO! Nesta “oração absoluta”, não são usadas palavras nem pensamentos, pois, seriam a “mente humana em ação”, o que, no caso, seria pura ilusão. A “oração absoluta” é aquela em que a pessoa inicia a “Prática do Silêncio” já percebendo que inexiste “outro eu”, chamado humano, para contatar Deus ou para poder meditar e se ver “um com Ele”. É uma percepção direta e imediata de que “DEUS É; logo, EU SOU!”. Quanto menos permanecer a crença de que “há alguém orando”, pela percepção suave, direta e clara de que, “Como Deus É, Eu SOU”, mais a Verdade absoluta estará sendo discernida. Isto porque não existe mente humana meditando e não existe Mente divina meditando! Estas aceitações são dualistas! Podem ser úteis em alguns casos; porém, a real percepção da Verdade está em simplesmente percebermos “DEUS SENDO A MENTE QUE É”, o que, em cada ser individual, é “DEUS SENDO A MENTE QUE “EU SOU”. Esta é a “oração absoluta”, que, entendida, será vista como “oração sem ninguém orando”.

Há vezes em que a pessoa não se sente praticando diretamente a esta “oração absoluta”. Mesmo que ela já o tenha conseguido em outras ocasiões, numa outra, um suposto envolvimento com o ilusório “mundo de aparências” poderá atrapalhá-la, por prender-lhe a atenção aos problemas e situações do mundo. E, é quando a Ciência Mental precisa ser aplicada momentaneamente, até que ela sinta a “sugestão hipnótica” ceder e ir se reduzindo ao “nada” que sempre foi. As afirmações de que “Deus é Tudo” e de que “ilusão é nada”, ou a contemplação de Verdades contidas numa citação bíblica vinda à lembrança, por exemplo, serão válidas e muito úteis, quando esta necessidade for sentida. Mas que esta fase, nas orações, sejam vistas apenas como “preliminares”, como “ajuda inicial” para que a “oração absoluta” seja praticada, ou seja, para que nas “contemplações”, estejamos realmente conscientes de que “não há ninguém orando”, mas sim, um Infinito SENDO, e, que , como “DEUS É, EU SOU!”.

sábado, novembro 27, 2010

Explanações sobre a Seicho-No-Ie

Pergunta: Por que a Seicho-no-Ie considera que todo sofrimento e doença são oriundos de um pecado? Quer dizer, ela considera que todo sofrimento e doença são oriundos do pecado? Na minha opinião, não acho que todo sofrimento ou doença seja necessariamente um mal, uma imperfeição... ou oriunda de um pecado. Prova disso é que os homens mais santos ou iluminados que já viveram nesta Terra foram os que mais sofreram ou mais compadeceram de doenças, e nem por isso foram pecadores. Mas é só o que acho... Não estou querendo colocar em relatividade a natureza do pecado. Estou somente querendo analisar a natureza do sofrimento, da doença, das coisas tidas como "imperfeitas". Será que são mesmo, em todos os tipos de manifestações, sempre imperfeitas? Sei lá... talvez não. Talvez faça parte daquilo que Deus criou e viu que era "muito bom". Talvez faça parte de um equilíbrio necessário à existência. Há inúmeros tipos de doenças, inúmeras formas de sofrimentos - todas com um determinado tipo de propósito. "Tratar como existente aquilo que é inexistente" é ilusão. Mas... Tratar como inexistente aquilo que é existe também não seria ilusão? Por favor, com todo o respeito a doutrina, gostaria de saber a opinião a esse respeito.


RESPOSTA: Há duas formas de responder sua pegunta sobre o pecado e sobre o que a SNI considera a respeito dele. A resposta definitiva, categórica e suprema da SNI quanto ao pecado é que ele não existe. Não existe, e não há mais o que se falar sobre isso. Ponto. É uma resposta absoluta. Porém, como entender realmente a realidade dessa afirmação assim, logo de início? Pra muita gente é difícil. Então a doutrina da SNI desdobra-se e começa a relativizar a explicação; ela cria respostas apenas para poder aquietar a mente que se recusa a acreditar. Na verdade, ao fazer isso a SNI mente. Todos os mestres, quando abordam a Verdade de um ponto de vista relativo, só o fazem para poder acalmar a mente, torná-la inteiramente quieta, como um lago parado; e quando assim a mente estiver acalmada, ela se torna transparente para aquilo que existe nas profundezas - então você consegue ver. Essa é a única utilidade de conversas que abordam a Verdade de modo relativo. Mas tais explições não são realmente necessárias. Os mestres que tentam transmitir a Verdade relativizando o absoluto (percebe o absurdo disso?) só o fazem por amor. Eles fazem por amor ao próximo e, principalmente, por terem seus corações ardendo de amor pela Verdade. Então, mesmo sabendo que é impossível, eles tentam. Eles mentem para nós, mas o fazem somente por amor. Antes de tudo, precisamos perceber que todas as mensagens escritas ou faladas sobre a Verdade são mentiras. Não podemos acreditar nelas literalmente. Elas não são o alvo, elas são as setas - a seta nunca é o alvo, ela apenas o indica. No Zen há um conto no qual o mestre, na tentativa de mostrar a Verdade ao seu discípulo, aponta um dedo para a lua, mas o discípulo insiste em ficar olhando para o dedo do mestre, ao invés de voltar o seu olhar para a lua real. Com as mensagens que ouvimos e lemos, ocorre a mesma situação. Quando você olhar para a lua, já não estará vendo mais o dedo, mas somente a lua. A lua não é o dedo. A Verdade não é o que está escrito aqui e nem em lugar algum. O dedo que aponta para a lua é a mentira (é a explicação relativa), a lua é a Verdade, a lua em si mesma é absoluta. Mas o que fazer para mostrar a lua para alguém sem ter algo com que indicá-la? Ninguém consegue simplesmente apontar para a lua a alguém sem usar nada. E tampouco ninguém consegue usar a lua para mostrar a lua. A pessoa que quer ver a lua terá que fazer isso por conta própria, por meio de uma abordagem e uma relação pessoal - ela terá que olhar diretamente. Assim, o "dedo que aponta" é um desvio. Agarramo-nos a ele porque pensamos que encontramos um atalho a fim de que finalmente poderemos compreender, mas fixar o olhar no dedo que aponta significa sair da trilha. Então, como indicar a Verdade sem mentir? Não dá. Por isso, precisamos aprender a não ficarmos agarrado às palavras. Esse é o primeiro ponto importante para se estar consciente a respeito.

A SNI diz que o pecado e o sofrimento não existem. Contudo, há muitas pessoas que julgam estar em pecado. Então a SNI começa a fugir de sua Verdade absoluta para tentar alcançar as pessoas que ainda estão demasiadamente condicionadas para perceberem/entenderem o Jisso. Ela começa a desdobrar sua doutrina, relativizando seus ensinamentos, dizendo que o pecado nada mais é que um estado no qual o homem está separado de Deus, no qual Deus e o homem não são um. Quando o homem considera-se assim, ele está em pecado. E como consequência dessa crença, ele sofre, adoece e morre. Na verdade, tudo isso não passa de crença. Então o correto seria dizer que, quando o homem está quedado no pecado, ele PENSA que sofre, que adoece, e que morre. Na verdade nada disso acontece com ele. No Jisso, na Imagem Verdadeira do homem, o homem É - nunca nasceu, portanto nunca vai morrer. A SNI diz que a pessoa que realiza esta compreensão dentro de si - de que o homem é perfeito, harmonioso, imortal, búdico -, começa a ter essa compreensão projetada para fora, no mundo fenomênico tridimensional. O mundo fenomênico não está situado no "interior" do homem. Mas ele é "sombra" do mundo interior (mente) do homem. Quando se muda a mente (o que equivale a dizer "quando o homem muda a si mesmo profundamente"), o mundo que se passa ao redor começa a mudar. "Quando eu me movo, o mundo se move" e "se oro, o mundo me responde" - essas são duas máximas da Seicho-no-Ie.

Portanto, seria válido dizer que uma doença é consequência do estado de pecado. A Seicho-no-Ie acolhe a questão que você levantou, de que "Há inúmeros tipos de doenças e inúmeras formas de sofrimentos - todos com um determinado tipo de propósito", mas o acolhimento da Seicho-No-Ie quanto a este ponto ocorre somente no âmbito relativo do Ensinamento. A esse respeito ela diz o seguinte: todas as manifestações desarmoniosas - como o pecado, o sofrimento, a doença, a limitação -, ocorrem como lições para o aprimoramento espiritual da própria pessoa. Existiu na Índia um bodhisattva chamado Avalokistesvara (ou Kanzeon Bosatsu). Esse bodhisattva, quando atingiu a iluminação espiritual, fez com a Divindade um voto/pacto no qual, dali em diante, sua existência seria devotada à salvação de cada ser que existississe ou passasse por esta existência humana/fenomênica. Kanzeon Bosatsu dispôs do seu ser para que a Divindade fizesse dele um meio/um intrumento mediante o qual Deus pudesse manifestar a Sua misericórdia e alcançar a alma de cada ser que chamasse por seu nome. Na Sutra do Lótus (sutra budista compilada dos ensinamentos do Buda Sakyamuni), está escrito que Kanzeon Bosatsu possui uma força sobrenatural infinita, que salva as pessoas na vida cotidiana. Assim, consoante esta doutrina budista, a Seicho-No-Ie explica que toda desarmonia que surge neste mundo é manifestação de Kanzeon Bosatsu para propiciar a homem a oportunidade de melhorar/progredir espiritualmente.

Por exemplo, se no seu trabalho você tem um chefe que te persegue ou repreende além do que você acha que deveria, ou se na sua vida você encontra uma alguém que não gosta de você e faz coisas para te prejudicar, aquele chefe ou aquela pessoa são Kanzeon Bosatsu aparecendo, para que você possa aproveitar a situação para tornar-se uma pessoa mais dócil, manso - uma pessoa melhor. Aquelas pessoas são instrumentos mediante os quais Kanzeon Bosatsu está aparecendo para lhe conceder a opotunidade de aprender a perdoar, a amar e a agradecer aquela pessoa do fundo do coração. Você aprende certas lições espirituais e, assim, lapida o seu espírito, elevando o seu ser cada vez mais alto rumo ao amor, à sabedoria, à iluminação - rumo a Deus. Assim, todas as dificuldades que surgem no mundo são manifestações da divindade 'Kanzeon Bosatsu', inclusive sofrimentos e doenças. Eles estão ali para lhe ensinar alguma coisa importante, e quando você tiver assimilado e passado totalmente pela lição, essas manifestações deixam de ter qualquer propósito; então tanto aquele chefe como aquela pessoa a quem você perdoou passam a gostar de você (ou então são afastados de sua realidade - a própria vida cuida de afastá-los), e a doença e os sofrimentos desaparecem.

Essas explicações só sevem no campo da relatividade dos ensinamentos. E em seu ensinamento relativo, a Seicho-No-Ie explica assim. Mas o ensinamento relativo é menos importante. Ele é apenas para enquanto as pessoas não conseguem entender e penetrar na Verdade Absoluta do Jisso. No campo Absoluto, o pecado não existe, somente Deus existe - e este é o supremo ensinamento. Dessa forma, à luz do Absoluto, todos os expedientes relativos perdem seu propósito, simplesmente porque o pecado não existe, e não há que se falar nisso. Se o pecado, que é causa, não existe, a doença não existirá como consequência desse pecado. É preciso compreender o Absoluto e manter a mente fixada nele. O mundo dos fenômenos é repleto de distrações, é gravitacional, se você não estiver atento, ele te "puxa pra baixo". Mas, no momento que você tiver o seu primeiro contato com o Absoluto, não restará em você a mínima dúvida de que o mundo fenomênico, apesar de parecer existir, é inexistente. Você compreenderá que a matéria existe do jeito que a conhecemos devido a força ilusória de maya, que faz com que o Espírito Absoluto/Infinito pareça finito e divisível. Quando compreender isso, então todo o cuidado que precisará tomar, daí pra frente, é ficar apenas observando e reconhecendo as obras de maya atuando e fazendo uma ilusão parecer real... reconhecerá que se trata de um mistério. E, como já não estará mais identificado com o exterior, e sim com sua compreensão interior, a sua vida passará a ser regida pelas leis interiores, pelas leis do Espírito, e não mais pelas leis exteriores do mundo. Então, a doença se cura, o sofrimento acaba, a paz além do entendimento surge, e a presença de Deus se revela presente e viva em cada ponto de Sua criação.

O texto a seguir exemplifica o que tentei dizer acima. Fala sobre a saúde e a relação que ela possui com a compreensão da Verdade Absoluta de que "Deus é tudo". Segue:

"O homem é Deus e a vida do homem é a vida de Deus - esta é a filosofia básica dos ensinamentos da Seicho-No-Ie. Deus é saúde absoluta, e assim, dizemos que o homem deveria ser absolutamente saudável. Esta saúde absoluta fica impressa em nossa mente quando conscientizamos que o homem, em sua Imagem Verdadeira é sempre saudável, e que unicamente a Imagem Verdadeira constitui a totalidade da existência do homem. O que fica impresso na mente, inevitavelmente será impresso em todas as células do corpo. Isto porque as células do corpo são entidades com consciência. Por essa razão, imprimir a ideia de saúde absoluta na mente levará à manifestação da saúde absoluta no corpo inteiro. Como podemos atingir a conscientização da saúde absoluta e permitir que esta consciência de saúde se desenvolva? Da seguinte forma: (1) pensar na Imagem Verdadeira da Vida, que é Deus; (2) pensar unicamente na Imagem Verdadeira original, e (3) saber que a Imagem Verdadeira original é a totalidade de tudo que existe. Quando seguimos estas três condições, nossos pensamentos retratam a Imagem Verdadeira sem distorção, ficando preenchidos com a Verdade a ponto de refletirem somente a Verdade. Como os pensamentos possuem uma certa inércia, eles irão se aprofundar cada vez mais pela repetição. Se persistirmos em pensar em termos de Imagem Verdadeira, cada vez mais iremos nos aproximar da Verdade, e cada vez mais iremos conscientizar com maior clareza e profundidade as coisas como elas realmente são no Mundo da Verdade. Ao nos conscientizarmos mais profundamente das condições perfeitas da Imagem Verdadeira da Existência, começaremos a manifestar condições mais perfeitas em nossa vida fenomênica. Nossa saúde física irá melhorar. Tanto o corpo como a mente aumentam de poder. Para sermos saudáveis, precisamos cultivar pensamentos de saúde, pois a mente não pode ficar estacionária: se não avançar, ela irá se retrair. Se a mente não se ocupar com pensamentos elevados, terá pensamentos de natureza inferior, e gradativamente iremos perdendo o terreno já ganho. Quando a mente se eleva e adquire mais maturidade, não apenas conservamos as boas coisas conquistadas, como ainda passamos a adquirir novas coisas ainda melhores do que as do passado. Portanto, se desejarmos o crescimento abundante de nossas vidas, precisamos nos aprofundar diariamente em nossa compreensão da Verdade. Quando nos conscientizarmos da Verdade de nossa vida, ou seja, quando fortalecermos a convicção da perfeita saúde pertencente à nossa Imagem Verdadeira, teremos a melhoria de nossa saúde física proporcionalmente a esse crescimento de conscientização da Verdade. Precisamos conscientizar que unicamente nossa Imagem Verdadeira é real. A melhor maneira de abrirmos o portal de nossa própria imagem do “Eu”, é nos sentarmos quietamente e meditarmos sobre a Verdade." (Masaharu Taniguchi)

Não acreditem apenas nestas palavras. Olhem para a lua!









quarta-feira, novembro 24, 2010

Atenha-se a isso!




Os primeiros alunos de Mary Baker Eddy descobriram que o ensino se referia a muito mais do que apenas lidar com males físicos, pois seus fundamentos sempre foram espirituais, cristãos. Observe que a primeira pergunta no manuscrito que ela começou a utilizar por volta de 1870, não foi sobre o tratamento da doença, mas “O que é Deus?”

Gustavus A. Walther, um aluno de Mary Baker Eddy do curso da Faculdade de setembro 1888, lembrou (talvez um tanto arduamente) o chamado para “provar do cálice” que ela dirigiu a ele. Ele narra:

“Ao final do nosso curso, cada um de nós tinha de se levantar quando éramos chamados pelo nosso nome e responder à pergunta que ela faria, em frente de toda a classe. Então, ao chegar minha vez, ela apontou o dedo para mim e disse: ‘Você pode ficar doente, já esteve doente e está doente agora’? A pergunta foi de tal forma incisiva que eu não consegui responder de imediato, portanto, ela bateu o pé no chão e disse: ‘Responda-me’!

Finalmente consegui responder e disse: ‘De acordo com a Ciência Cristã, jamais posso estar doente, nunca estive doente nem estou doente agora, mas, de acordo com o senso mortal, eu poderia estar doente, ter ficado doente e ainda estar um pouco doente’. Então, ela bateu o pé novamente no chão e disse: ‘Para que você veio aqui’?

Respondi: ‘Para aprender mais sobre a Ciência Cristã’. De novo ela bateu o pé no chão e disse: ‘Por que não faz isso’? Em seguida, ela apontou o dedo novamente para mim e disse: ‘Quero que me responda’! E a seguir repetiu a pergunta: ‘Você pode ficar doente, já esteve doente ou está doente agora’?

Então, uma luz se acendeu em minha mente e eu disse: “De acordo com a verdade, eu nunca posso estar doente e eu nunca estive doente e não estou doente agora”.

Ela esperou um momento para ver se eu diria algo mais, penso eu, mas eu não disse. Então, ela respondeu: “Atenha-se a isso”! e lágrimas rolaram em sua face em regozijo por ter ela alcançado seu propósito.”
(Gustavus A. Walther, arquivo de Reminiscências, The Mary Baker Eddy Collection, Biblioteca Mary Baker Eddy).

Um mês depois, ao responder a uma pergunta em 'The Christian Science Journal', Mary Baker Eddy falou sobre seus alunos e seu conselho ainda soa verdadeiro: “Aos meus alunos foram ensinados o Princípio divino e as regras da Ciência da cura pela Mente. Daí em diante o que eles necessitam é estudar profundamente as Escrituras e ‘Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras’. Vigiar e orar, ser honestos, sinceros, amorosos e verdadeiros, tudo isso é indispensável para a demonstração da verdade que lhes foi ensinada”.



segunda-feira, novembro 22, 2010

O mal não existe


Vivian May Williams


PERGUNTA: Como você pode afirmar que o mal não existe, se o vemos evidenciado em tudo que nos rodeia?


RESPOSTA:
Dizer que o mal existe como um poder é negar a Deus como sendo o poder único. Para que algo pudesse ter poder sobre o homem, ele teria de preceder o homem. O mal não tinha poder ou existência aparente, até que o homem, ele próprio, aceitasse a crença em um poder oposto a Deus. Portanto, o mal não é um poder, sendo meramente uma crença falsa, retida pelo homem em sua própria imaginação. E uma vez seja o próprio homem o responsável pela falsa crença no mal, pode ele se livrar deste suposto poder simplesmente por se recusar a acreditar nele. Trate o poder do mal tal como você o faria com qualquer outro problema, rejeitando-o como mentira cada vez que ele lhe vier à mente. Se você se recusar a acreditar que o mal tenha um poder além daquele que você lhe atribui, por nele acreditar, logo se verá livre das várias formas sob as quais o suposto “poder maligno” aparenta manifestar-se. Você irá se livrar do medo da doença, da carência, de desarmonias de toda espécie, tais como pecado, velhice e morte, apenas para citar algumas das suas assim chamadas evidências. Para se livrar da base da mentira, chamada “mal”, terá que se livrar da preocupação mental que faz com que você viva a negar e se esforçar para superar algo destituído de qualquer existência. Você não compreenderá que Deus é o único poder e única presença, enquanto se mantiver acreditando num outro poder que se oponha a Deus. Além disso, você não conseguirá negar a existência do mal simplesmente por afirmar não acreditar nele. Há tempos que vemos estudantes da Verdade declarando que “o mal não existe”, mas sem saber o porquê daquilo estar sendo dito. Você próprio terá de compreender a "totalidade de Deus" e a “nulidade do mal”, sozinho e por você mesmo, e não apenas levar em consideração o fato de alguém ter-lhe feito tais afirmações. É o que você realiza em sua própria consciência que se torna manifesto como suas demonstrações. Pare de acreditar no mal, e sua aparência de existência cessará, pois Deus é TUDO.


"E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas." (I João 1:5)

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"Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar." (Hc 1:13)

sexta-feira, novembro 19, 2010

Há somente Deus

Joel S. Goldsmith


Quando alguém nos solicita ajuda, não devemos reter a noção de um paciente ou de um praticista contatando Deus. Há somente Deus, e a cura decorre desta realização. Não há paciente e não há praticista: há apenas Deus; há o único “Eu”, uma Consciência, uma Alma, um Espírito.

Nossos problemas surgem quando declaramos a Verdade e tentamos, de alguma forma, interferir. E é quando perdemos a demonstração, pois aquilo não pode ser feito. O que é mortal constitui a “ilusão”, constitui aquilo que não tem existência. Como seria possível vincular uma Verdade espiritual com algo que não existe? Isto é impossível! Não tente fazê-lo! Como um ser humano, você não pode realizar uma cura espiritual. A substância do trabalho de cura é a realização de que não há existência humana, mas que há apenas Deus, o único Ser Infinito.

Se, após termos conhecido esta Verdade, imaginarmos: “Bem, por que o paciente não está reagindo?” - saiba que “nós não temos um paciente!” Se estamos com o pensamento de que temos um paciente, não temos o direito de ser praticistas, pois não estaremos munidos da compreensão de que existe um único “Eu”.


Todos os povos na Sua presença são como se não existissem, e Ele os considera como um nada, uma coisa que não existe.” (Isaías 40:17)


quarta-feira, novembro 17, 2010

Explanações sobre o Caminho Infinito

PERGUNTA: "Esta verdade não serve para tornar sadias as pessoas doentes, nem ricas as pessoas pobres, mas para despertar as pessoas, mesmos as saudáveis e ricas, para uma confiança no poder espiritual, na segurança espiritual e na liberdade espiritual, que não dependem do sucesso da pesquisa médica, nem de qualquer ideologia política, nem do sistema econômico sob o qual estamos vivendo. Essa é a espécie de liberdade que Jesus procurou dar aos hebreus, em contraposição à liberdade da servidão física, que Moisés havia proporcionado ao seu povo. Todos ainda permanecem sob a lei de Moisés, porém no sentido de que eles estão agarrados à segurança econômica e política, e na medida em que ainda NÃO tenham encontrado a segurança espiritual que os manteriam seguros, sem se importar sob qual forma de governo ou onde estejam vivendo." (Joel Goldsmith)

Um ser cristão prescinde, então, de pertencer a uma igreja ou compor qualquer coletividade porque é algo essencialmente pessoal, individual. A única orientação a ser buscada é a Presença interior, e o único Caminho a seguir é aquele desprovido de maldade, ódio ou medo. Mas por mais estranho que pareça, o que se nota na maioria das pessoas ditas cristã, é que elas seguem com mais zelo o Velho Testamento e simplesmente desconhecem o Novo Testamento! Dizem-se cristãos mas não seguem o Cristo!





RESPOSTA:

Esse texto de Goldsmith fala sobre liberdade espiritual. A base do ensinamento do Caminho Infinito é a negação da existência e da presença da matéria, do fenômeno, o mundo tridimensional visível, "deste mundo". Goldsmith diz que "este mundo" é apenas aparência, uma imagem na mente humana. E quando a mente humana acredita nas imagens com que se depara, ela confere força ou poder a essas imagens, então elas passam a parecer serem incrivelmente verdadeiras - mas só para a mente que confere poder às miragens. Quem aprende a não deixar sua mente se levar/se impressionar pelas imagens que constantemente parecem existir, é aquele que entendeu que "o Meu reino não é deste mundo".

Goldsmith enfatiza muito a Verdade, tentando expressá-la como sendo o Único poder. Não um poder sobre algo ou alguém, nem sobre alguma coisa. É um poder que não possui adversários contra quem lutar. A Verdade do Caminho Infinito é uma Verdade que não serve para tornar as pessoas doentes em sadias, nem transformar pessoas pobres em ricas. Por que? Porque se assim fosse, a Verdade teria algo a combater: a doença, a pobreza. O propósito do ensinamento é fazer o homem perceber que nada disto é real - nem a doença, nem a pobreza, ou mesmo a saúde e a riqueza. As verdadeiras saúde e riqueza não estão no mundo, não estão no corpo material. Mesmo que um corpo físico seja saudável e dotado de grande constituição física, essa saúde não é a saúde verdadeira. A Verdadeira saúde é espiritual, existe no Espírito, em Deus. A mente que compreende isso, despertou para a Verdade.

A saúde não é uma condição da matéria, mas da Mente divina e infinita. Nem podem os sentidos materiais dar testemunho digno de confiança no tocante à saúde. A mente que reconhece a Verdade não é nossa mente humana, é a Mente de Cristo - a Mente a que Paulo se refere, em 2º Coríntios, como sendo a que já possuímos. Como reconhecer e constatar essa Mente em nós? Isso só pode ser feito à medida que conseguirmos nos desprender de nossa mente humana. Feito isto, a Mente de Cristo ocupará o lugar/foco antes ocupado pela mente.

Como podemos confiar no poder espiritual, em Deus, se não tivermos em nós firmemente estabelecido a compreensão do que é Deus? Antes de tentarmos entender todo o ensinamento do Caminho Infinito, temos que compreender o que é Deus. Quem é Deus? Nem adianta trabalhar com os príncipios ensinados, tentando aplicá-los, se não soubermos quem Deus é realmente. A compreensão de quem é Deus é que permitirá termos confiança no poder espiritual. Sem isso é impossível conseguir essa confiança.

Primeiro temos que entender (compreender realmente) que Deus é Bem, é Amor, é Perfeição. Deus nunca criou maldades, nem sofrimentos ou infelicidades. Se pudermos entender profundamente isso, então poderemos olhar para todas as imagens feias "deste mundo" e compreender: "Deus não as criou. Se Ele não as criou, elas não existem, porque Deus é o único Criador. Elas não estão presentes - mesmo que pareçam estar diante de mim. A Verdade é que elas nunca apareceram". É só isso que tem que ser entendido/visto. Essa Verdade é vista interiormente, não é vista com nossos olhos ou intelecto mortais. Deus é o único Criador, e tudo o que Ele criou, viu que era bom. Se você puder abrir seu coração pra essa Verdade, descartará automaticamente qualquer imagem ou 'aparente criação' em contrário. Você é perfeito agora, porque Deus te fez assim. Você consegue imaginar Deus como sendo tamanho Amor e Perfeição, tamanho Bem, a ponto de Ele o criar Perfeito e de um modo que você jamais pudesse se tornar imperfeito ou doente? Consegue confiar que Deus fez tudo perfeito, não só no início da Criação, mas que também Ele jamais se descuidou de Suas criações para que elas em dado momento se tornassem imperfeitas ou doentes? Afinal, se Ele tivesse criado tudo perfeito e dado brechas, abrindo possibilidades para que no decorrer do tempo suas obras se tornassem imperfeitas, Deus não seria perfeito. Mas Ele é. Consegue compreender e aceitar que Deus seja Bem, Amor e Perfeição a este ponto? Se puder, então pode seguir em frente nos ensinos do Caminho Infinito.

Mas se não puder, então é melhor parar de tentar entender o ensinamento todo e se concentrar nessa parte, até conseguir desenvolvê-la perfeitamente em você. Se não conseguimos compreender Deus como sendo essa Divindade Perfeita, é porque nossa mente está acreditando demais no mundo fenomênico. Temos que trabalhar e resolver isso.

Conta-se que Buda, quando foi além dos limites dos muros de seu palácio para o mundo, tomou conhecimento de que no mundo existiam coisas como a doença, o sofrimento, a morte, e imediatamente, chocado, rejeitou o mundo dizendo: "Isso não pode ser Verdade. Se este mundo for Verdade, então Deus não existe. Porque Deus jamais criaria coisas terríveis por que passam os homens num mundo como este. Este mundo não é criação de Deus, ele é uma ilusão". Buda rejeitou tudo. Por causa disso, o Budismo é tido como uma religião ateísta, uma fé que não acredita na existência de Deus. Mas não é isso. Buda não estava negando a existência de Deus. Ele estava negando que Deus tivesse alguma coisa a ver com o mundo fenomênico. Se ele admitisse o mundo fenomênico, teria de negar a existência de Deus - porque a própria palavra "Deus" não é só sinônimo de "criador". A palara "Deus" possui implicações bem mais profundas. "Deus" só pode ser bondoso, amoroso, harmonioso, perfeito. Se existir um ser superpoderoso, capaz de criar universos, mundos e seres, mas não se constituir de Amor, Bem e Perfeição infinitos, esse ser é apenas uma entidade superpoderosa, mas não é Deus. Para ser Deus, tem de ser Perfeito em todos os detalhes. Por isso Buda negou que Deus tivesse alguma relação com este mundo fenomênico cheio de imperfeições. Admitiu Deus como existência verdadeira e chamou este mundo de 'maya', ilusão. É o mesmo que Goldsmith quando diz: "este mundo não é Real", "o Meu reino não é deste mundo". O Verdadeiro mundo, a Criação de Deus, é invisível à mente que enxerga o cenário material. Só pode ser visto pela mente infinita, pela Mente de Cristo. Mas para poder ver, você precisa primeiro saber que Ele existe. Acreditando nele, você poderá começar a caminhar rumo a ele.

Você não é capaz de ir a algum lugar sem acreditar que ele existe. Se você toma a iniciativa de viajar é porque sabe que o lugar pra onde você vai já está lá. Se você não proceder assim com os ensinamentos do Caminho Infinito, o resultado será o mesmo. Primeiro você tem que saber que Deus é Bem, Amor e Perfeição Infinitos. Depois tem de acreditar que "Meu Reino" já existe. Se não contiver em ti essa convicção, não poderá chegar a lugar algum. Portanto, o primeiro passo é compreender Quem é realmente Deus, qual é a verdadeira natureza de Deus. É com base nessa convicção que você estará apto (terá poder) para enfrentar as ilusões "deste mundo" que nos aparecem como se fossem genuinamente reais. Melhor dizendo: você não as enfrentará. A própria compreensão de que só existe Deus e a criação perfeita deixará claro que nunca houve o que combater e derrotar. Essa visão retira das aparências todo poder que foi dado a elas - elas deixarão de parecer realidades. Goldsmith diz: "Todo poder está em Deus", não em aparências. Essa compreensão desfaz as aparências. Você nunca luta contra algo, nunca tenta alcançar nada, porque não é preciso. Deus é perfeito, não é? Então jamais Deus abriu, em sua Criação, margens/brechas/possibilidades para que você em dado momento perdesse a sua condição de perfeição. Se pensarmos que isso ocorreu, então nosso entendimento de Deus ainda não é o suficiente. Sempre fomos perfeitos. Nunca mudamos. Temos tudo, somos livres. Tudo graças à Perfeição e ao Amor do Pai. Nada disso é devido a nós, os méritos não são nossos. É tudo por causa d'Ele. Graças a Ele temos tudo, temos saúde, paz, harmonia, sabedoria, amor... essa tem que ser a compreensão. E aparência alguma deve nos abalar - é ilusão, exatamente como Buda disse. A Compreensão de Deus desfaz a ilusão, porque dela retira o poder que a ela antes havia sido dado. Então vivemos em Deus, e vivenciamos a presença do Cristo. Viver em Deus é viver a vida Cristã. "Em Deus vivemos, existimos e temos o nosso ser" (Atos 17:28)

- Obs:
O conteúdo deste post também vale para quem segue os ensinamentos da Seicho-No-Ie (não é à toa que Masaharu Taniguchi começa explanando "o que é Deus" logo no início da Sutra) e da Ciência Cristã, pois todos eles partem do mesma Verdade: somente Deus, a Realidade Perfeita e Divina, existe realmente, e o mundo material é uma inexistência, um "nada", o qual é visto/percebido apenas e tão-somente por um mesmerismo, uma ilusão.


sábado, novembro 13, 2010

Doravante não reconheceremos o homem segundo a carne

Joel S. Goldsmith


A pergunta pode surgir em sua mente: "Como posso parar de pensar/acreditar no bem e no mal?"

Permita-me dar-lhe um exemplo que poderá ajudá-lo a esclarecer esse ponto. Olhe para a sua mão e pergunte a você mesmo: "Isto é uma mão boa ou uma mão ruim?" E, se você relembrar das vivências adquiridas de há muito, terá de admitir que sua mão não é nem boa nem má: é apenas uma mão, um pedaço de carne com estrutura de osso. Não tem o poder de agir por si só; não pode afagar e não pode esmurrar; não pode dar e não pode segurar. Mas VOCÊ pode movê-la; pode usá-la como um instrumento para dar ou para segurar. Você pode fazer tais coisas, mas a mão não pode. A mão é só um intrumento para o seu uso. Pode ser usada para vários propósitos: pode dar com benevolência e generosidade ou pode roubar desavergonhadamente, mas não pode fazer por si mesma sequer uma única coisa. Há alguma coisa que move a mão. Uma vez que é você que governa a sua mão, pode fazê-lo para o bem ou para o mal; e não apenas a mão, mas o corpo todo, ora para o bem, ora para o mal.

Contudo,quando tiver transcendido a mente e os pensamentos, então a mente e o corpo serão controlados pelo Eu que é Deus, e isso produzirá uma mente, um corpo e uma vivência diária que não é nem boa nem má, mas espiritual. Novamente, o segredo está em adquirir uma mente não condicionada, pela qual a Alma funcione como vida e experiência. No exato momento em que aceita que essa mão por si só não pode fazer nada, que é governada pelo Eu, desse momento em diante ela se torna um intrumento de Deus, trazendo consigo apenas o poder da bênção; você e eu não mais governamos a mão pelo nosso humano ser: agora Eu Sou, e Eu é Deus.

Volte agora a considerar a mão e tome seu corpo todo dentro de sua mente, e perceba esta mesma verdade: você não tem um corpo bom ou ruim, jovem ou velho. O seu corpo é apenas carne e osso. De si mesmo não tem inteligência; nada sabe sobre saúde ou doença; nada sabe sobre o tempo e o calendário. Infelizmente o eu humano sabe, e por causa disso o corpo muda. O corpo nada sabe sobre as estações do ano, se é inverno ou verão, tempo bom ou ruim, mas de novo infelizmente nós sabemos, e por causa disso o corpo reflete qualquer coisa que aceitamos em nossas mentes.

É a mente que se torna o caminho pelo qual o corpo apanha as crenças do mundo. É pois a mente que determina se o corpo é bom ou mau, jovem ou velho, sadio ou doente; mas quandõ já não temos corpo bom ou mau, jovem ou velho, sadio ou doente, a partir desse momento, o Eu, que é a presença de Deus, se superpõe e começa a manifestar as suas condições no corpo. Quando começamos a descobrir que o nosso corpo é o templo de Deus e o colocamos à disposição de Deus para que o use como quiser, então o corpo se torna um instrumento de Deus, para o Eu central do nosso ser.

Cabe-nos dar o primeiro passo, e isso é feito pelo conhecimento do fato de não haver bem ou mal no corpo, de que o corpo como tal não tem qualidades por si mesmo: ele apenas expressa aquilo que lhe é imposto. Essa inversão, ou mudança de atitude em relação ao corpo e às condições que lhes são impostas, começa com a seguinte descoberta consciente: "Não há bem ou mal no meu corpo; não há nele velhice ou juventude, vigor ou fraqueza. Meu corpo é apenas um instrumento do Eu, o Deus em mim, que é o princípio criador e conservador do meu ser." Pense por alguns instantes no problema vital que incomoda você - seu mesmo, de seus filhos ou de seus netos. Assim que estiver pensando nele, pergunte a si mesmo: "Tais condições são boas ou más? Quem disse isso? Quem decretou que são boas ou más?" E pergunte-se então: "Teria Deus criado o mal?" Creio que saberá melhor perguntando do que afirmando. Se Deus criou a eternidade e a imortalidade, se não há n'Ele "mancha ou mentira", certamente não foi Ele quem criou o mal. Mas, se Deus não criou o mal, quem o criou? Alguém, ou você mesmo, teria concebido a crença no bem e no mal? De onde ela veio? Você pode não saber a resposta para tais perguntas agora, mas, se você trabalhar com o princípios aqui discutidos, a resposta para isso, assim como para muitas outras perguntas, lhe será revelada. Neste momento, contudo, por que não aceitar a premissa de que não há, na realidade, nem bem nem mal?

Quando você atingir o ponto de onde se pode compreender que toda condição humana, de qualquer nome ou natureza, existe apenas como "uma crença dentro da mente humana", crença essa que resultou na expulsão do homem do Jardim do Éden, e quando no mais profundo do seu coração ficar convencido de que, por ser Deus infinito, não há n'Ele pares de opostos, poderá afirmar com o Mestre: "Eu venci o mundo". E estará de volta ao Reino dos Céus, onde ninguém sabe o que é saúde, pois não sabe o que é doença; lá não se conhecer dor e portanto ninguém sabe o que é a não-dor; ninguém conhece riqueza ou pobreza; e, se alguém não sabe o que é alguma coisa, como pode conhecer o seu oposto? Não há nada com que se possa fazer comparações: há apenas Deus, só o Ser espiritual, a perfeição.

Quando abordamos, um trabalho de cura, não devemos ter na mente a idéia de um mal a ser removido ou superado; contudo, por restar muito de humano na maioria de nós, reconheceremos que o que está à nossa frente é aparência do mal em forma de pecado, doença, morte, perda ou limitações, e enquanto nos defrontarmos com essas aparências não poderemos ser radicais e, como uma ostra, ignorá-las repetindo sempre: "Deus é tudo, não há erros". Isso é loucura, e não é prático. Nós não devemos fazer isso; devemos deixar que Deus diga isso para nós; e quando ouvirmos a "pequena voz silenciosa", ou percebermos que se agia dentro de nós, saberemos com certeza que qualquer aparência de pecado, doença, morte, peda ou limitação à nossa frente desvanecerá. Não pense porém que você, humanamente, possa algum dia ser tão sábio para realizar isso.

Por sabermos as palavras e podermos dizer silenciosa ou audivelmente "não há nem bem nem mal", não pense que tal repetição vá fazer milagres na sua vida, pois não os fará.

Você tem de vivenciar essa verdade até que transborde de você; tem de prová-la mais e mais dentro de você mesmo. E, mais ainda, não se esqueça que se for tentado a dizer isso para quem quer que seja, antes que se torne tão evidente, transbordante, como se o mundo visse iss em você, perderá o que recebeu, e, o que é pior, poderá perder até a possibilidade de demonstrar isso neste encarnação. Ninguém pode desperdiçar a palavra de Deus, ninguém pode dela se gabar, jogar com ela, e pensar que possa conservá-la consigo.

Você pode apenas provar esse princípio na medida em que o abraçar fortemente dentro de você, mantendo-o sagrado, mantendo-o secreto, mas usando-o. Use-o a qualquer hora, com qualquer parcela de erro com que se deparar, nos jornais, na rádio, na sua família, na rua. Em qualquer momento e lugar em que se defrontar com o erro, volte-se para dentro e pergunte-se: "Poderá isso me fazer acreditar no bem e no mal? Poderá fazer-me aceitar dois poderes?" Se puder fazer isso, abster-se de aceitar ou julgar pelas aparências, não será tentado a sanar alguma coisa ou alguém, mas ficará dentro de si mesmo e fará o julgamento correto, estando dentro do Jardim do Éden, que representa o seu domínio espiritual, o seu estado de harmonia divina.

O reto julgar sabe que "no princípio era Deus. Deus criou tudo o que foi feito; e Deus olhou para aquilo que tinha feito e achou muito bom". Será você capaz de ser fiél a essa verdade? Se as feias aparências mostram sua cabeça, será você capaz de superar a tentação de ser por elas enganado? Será você capaz de declarar e saber dentro de você mesmo: "Eu aceito somente Deus como a verdadeira substância de toda a Vida. Não posso ser induzido a aceitar bem e mal, pois há só o Espírito; há apenas uma Vida"?

A cura espiritual não pode acontecer no plano humano. Ela só pode acontecer quando você tiver parado de pensar nas pessoas, nas doenças, nas condições, nas crenças e nas pretensões e tiver voltado para o Éden, onde só há Deus, o Espírito, a Totalidade e Perfeição. Ninguém pode mesmo ser um curador espiritual, que trabalhe a partir do efeitos ou que ore a partir da tentativa de corrigir algo do mundo de Adão, pois, se isso viesse a ocorrer, ele só teria trocado um sonho desagradável por outro sonho agradável. Se conseguisse melhorar o quadro humano, teria só uma boa materialidade ao invés de uma materialidade ruim. Não estaria por isso mais próximo do reino de Deus.

Certa vez eu estava sentado numa sala com uma pessoa que estava, em todos os sentidos, muito próxima da morte, e sentia o mesmo desconforto que qualquer um sentiria em tais circunstâncias; percebera eu que não havia nada que pudesse fazer para evitar o passamento. Eu não tinha dons ou palavras milagrosas que pudessem impedir o que parecia inevitável. Teria de vir algo das profundezas internas, ou iríamos ter um funeral.

Tudo o que pude fazer foi me voltar para dentro, para a "pequena voz silenciosa" e esperar, esperar, e por vezes suplicar e pedir. Finalmente veio algo, e as palavras foram estas: "Este é o meu filho amado, no qual me comprazo". Ninguém teria acreditado nisso se o tivesse visto. Ali estava a doença em sua forma terminal; ali estava uma pessoa morrendo e, apesar das aparências, a Voz disse: "Este é o meu filho amado, no qual me comprazo". Após ter recebido tais palavras, não demorou muito para que se tornassem um fato real em demonstração; e a saúde, a harmonia e a totalidade foram restabelecidas.

Noutra ocasião fui chamado ao lado do meu próprio pai, que jazia numa tenda de oxigênio e, de acordo com os médicos atendentes, estava em seu leito de morte. Eu fiquei ali, sem palavras ou discernimento que pudessem mudar essa aparência para a saúde; e fiquei ali eu, como ficaria qualquer um diante do próprio pai em tal situação - mas com uma diferença: eu sabia que, se Deus fizesse ouvir sua voz, a terra se derreteria. Estando eu ali a observar meu pai que respirava pelo aparelho, me vieram as palavras: "Nem só da respiração vive o homem". Em menos de cinco minutos ele fez sinal para a enfermeira a fim de que retirasse o aparelho e, dois dias depois estava fora do hospital.

Quem decretou que essa condição era ruim? Deus não foi; Ele só disse "nem só da respiração vive o homem", o que dissipou a crença de que o homem vive do alento, e provou que vive pela vontade de Deus.

Você pode ter dificuldade apenas enquanto retiver a crença em dois poderes. Estará porém livre tão logo comece a olhar para qualquer condição tendo em mente o seguinte: "Quem te disse que estás nu? Quem te disse que isso é pecado? Quem te disse que és mau? Quem te disse que isso é doença? Quem te disse que isso é perigoso? De onde veio? Teria Deus dito isso para alguém?"

No momento exato em que perceber que sua função como curador espiritual não é remover ou sanar doenças, ou acreditar que Deus assim o faça, ou que haja fórmulas ou afirmações que possam remover as doenças, mas sim que a sua função está em saber a verdade de que toda criação mortal é constituída sobre a crença do bem e do mal, você não saberá então nem de saúde nem de doença, de pobreza ou de riqueza, mas apenas de um contínuo transbordamento de harmonia espiritual - o Jardim do Éden. Você nunca será um curador espiritual enquanto acreditar que haja dois poderes - o poder de Deus e o poder do pecado, da doença, ou então que haja poder na higiene, na astrologia, nas dietas. Você nunca será um curador espiritual até que saiba que não é preciso qualquer poder. Deus mantém o seu universo espiritual eternamente, e não há nada de errado com ele. O que está errado é conosco; o que está errado é a crença universal em dois poderes.

No segundo capítulo do Gênesis, Deus não é mais o Criador, mas ali é chamado de Senhor Deus; e 'Senhor', está dito, é sinônimo de lei. Noutas palavras, o homem do segundo capítulo do Gênesis vive debaixo da lei ao contrário daquele do primeiro capítulo, criado à Imagem e Semelhança de Deus e vivendo sob a Graça. Como podemos nos tornar esse homem que vive sob a Graça? Como, senão jogando fora a crença em dois poderes? Então a Graça permeará todo o nosso ser, vai nos suportar, manter e sustentar; e a Graça irá à nossa frente aplanando os nosso caminhos. A Graça é tudo à nossa volta, e todavia não temos dela mais consciência do que um peixe tem da água.

Um peixe nada na água, mas nada sabe a esse respeito. Um pássaro não conhece nada a respeito do ar; voa através dele impensadamente. Nas palavras de E. Thompson:

"Mergulhará o peixe para achar o oceano?
Voará a águia para achar o ar?
O que há para perguntarmos às estrelas em movimento,
se elas ouviram falar de ti, lá?"

E é assim que, quando estamos em estado de saúde espiritual, não só não conhecemos a doença, mas também não conhecemos a saúde - conhecemos apenas o estar em harmonia, normais, livres. Como pode um homem saudável descrever a saúde? Não é possível, pois ele não sabe o que é isso.

Ele só sabe que está nela, o que quer que ela seja, e que é agradável.

Compreendamos que um dia, em algum lugar e de algum modo, nós aceitamos a crença que não faz parte de nós, a crença de que há dois poderes: o poder de Deus que pode fazer algo por nós e não o está fazendo, e o poder do mal, que é muito mais ativo. O poder de Deus está agora mesmo fazendo tudo o que pode, e opera no estado edênico de consciência para toda a criação espiritual, mas não pode operar num mundo dois poderes. Essa é a razão pela qual, por mais éticos, bons e benevolente que nós ou nossos vizinhos possamos ser, nós e eles estamos debaixo do pecado, da morte, de acidentes e guerras.

E mais e mais surge a pergunta: "Como podem existir tais coisas se há um Deus?" E a resposta é estarrecedora: há um Deus, sim, mas não no cenário humano; não há Deus no segundo capítulo do Gênesis, mas sim um Senhor Deus, que é a lei de causa e efeito - a lei cármica. Quando subimos para além da lei de Carma, não estamos mais sob a lei, mas sob a Graça. Em outras palavras, estamos vivendo como no primeiro capítulo do Gênesis, onde não existem tais coisas como o bem e o mal humanos. Aí não há pecado e não há pureza: só há Deus.

Se tivermos algum problema, quer nosso, quer de alguém da família, de um amigo, paciente ou discípulo, ou se alguém buscar em nós a harmonia, por achar grande a nossa compreensão, deveremos praticar este princípio de 'nem bem nem mal' em nossa meditação:


"Pai, aqui estou, esperando me comunicar com você, mas com qual finalidade? Transformar o mal em bem? Se é isso o que é necessário aqui, Você não o teria feito antes que eu lhe pedisse? Todavia não parece que você esteja fazendo qualquer coisa a respeito e, pois, talvez não seja necessário. Onde está o Espírito do Senhor aí está a liberdade. Onde está o Espírito do Senhor não está o mal. Então, o que será do mal? Ninguém jamais descobriu para onde vai a escuridão quando entra a luz; quando o sol se levanta aí está a luz, e na sua presença não há escuridão. Na presença de Deus não há pecado, não há falsos apetites ou doenças, perdas ou desemprego, insegurança ou perigo, pois todas essas coisas se desvanecem na Sua presença. Onde Deus é, não acho o mal, encontro Deus - Deus como minha torre alta, como minha saúde física, como meu suprimento, Deus como meu todo em tudo. O que quer que isso seja em si mesmo, não é nem bem nem mal, pois não há bem ou mal presentes em toda parte; há somente Deus preenchendo o espaço todo, assim nao há nada a fazer de bem e nada que possa decorrer do bem. Deus formou este universo de Si mesmo; desse modo, é Deus que é o bem, não a condição ou a coisa; e, mesmo quando as aparências possam testemunhar o bem ou o mal, eu não as aceito.

Deus constitui meu corpo, que é o templo de Deus. Deus é o meu lugar de morada e a integridade do meu ser; Deus é o lugar secreto do Altíssimo no qual vivo, me movo e tenho o meu ser".



Para curar é necessário transcender o pensamento. Embora a meditação comece com a contemplação da verdade, deve, antes de se cumprir a cura, subir ao mais alto reino da consciência silenciosa. No começo de uma meditação de cura, uma passagem da verdade como "doravante não reconheceremos o homem pela carne" pode estar no pensamento. Após se repetir diversas vezes, ou após nós a repetirmos conscientmente, o pensamento se esvai, na medida em que perdemos o significado da frase; doravante não reconheceremos o homem pela boa ou pela má carne; não o reconheceremos como doente ou sadio, rico ou pobre; doravante reconheceremos só Deus, sob as aparências de indivíduo humano espiritual.

Este é o segredo do Caminho Infinito, e este é o segredo da cura: "Doravante não reconheceremos o homem pela carne", nem mesmo pela carne saudável. Doravante não reconheceremos o homem pela sua riqueza - pequena ou grande: reconheceremos apenas Deus como Pai e Deus como Filho, o Cristo, à imagem e semelhança de Deus.

Doravante reconheceremos apenas Deus como constituinte do homem; a substância, a vida, a Alma do homem, a saúde, a riqueza e o lugar de morada do homem. Doravante reconheceremos só a Deus e não ao homem.

Percebemos agora que o homem não é carne, mas consciência, tendo só qualidade espirituais. Discernimos que aí está o Princípio criativo que produz sua própria imagem e semelhança, e que esse Princípio criativo é também o princípio de sustentação da vida. E assim sua criação deve necessariamente ser da sua própria essência - Vida, Amor, Espírito, Alma. Tal é a verdadeira natureza do homem.

"Doravante não reconheceremos o homem pela carne." E como, pois, o reconheceremos? Como um filho de Deus, sua verdadeira identidade. À medida que conhecemos a nós mesmos e a todos os demais, como sendo de descendência espiritual, nunca olhamos para o corpo, mas diretamente para os olhos, até poder ver por trás deles, além do mortal, além do homem jovem ou velho, doente ou sadio, onde está entronizado o Cristo. O homem visível quer doente, quer sadio, não é o homem - Cristo, o Eu espiritual daquele homem, não está sujeito às leis da carne, nem mesmo da carne harmoniosa, mas está sujeito apenas ao Cristo.

Logo que alguém chega ao fundo de tais cogitações ou contemplações senta-se num estado de quietude e de pacífica receptividade, no qual nenhum pensamento se introduz. Nesse estado de consciência o Cristo curador se manifesta, inundando a consciência de paz e tranquilidade. É uma "paz", um "estar quieto" espirituais, e disso emana a Graça curadora que nos envolve e aos nossos paciente; e então a harmonia se torna algo aparente, uma experiência tangível.

Em nossa meditação podemos começar tendo na mente uma pessoa doente, ou pecadora, ou pobre, mas não podemos nos levantar até que, por intermédio da realização, tenhamos atingido o lugar onde não há homem doente ou sadio, rico ou pobre, puro ou pecador; não há pessoa doente para ser curada ou pessoa saudável de quem nos regozijarmos: há somente Deus - só Deus na aparência de Pai e Deus na aparência de Filho. Estará então completa a nossa prece, e com ela virá a convicção: "É isso". Enquanto conhecermos a verdade - pensando, falando, declarando a verdade - estaremos no reino mental. De fato, podemos estar pensando nas coisas do Espírito, mas estamos pensando com a mente e, provavelmente, não ocorrerá nenhuma cura. Se ocorrer alguma cura, em alguns casos, ocorrerá pela argumentação mental e não será uma cura espiritual e sim mental, pelo efeito da sugestão, um frutificar daquela prática que nos diz "você está bem" ou "você é perfeito" ou "Deus fará isso em você"; e a mente aceita a sugestão e ela responde. Não é, porém, uma cura espiritual, pois o paciente meramente aceita a sugestão de outra mente.

No Caminho Infinito, não fazemos sugestões; nunca usamos a palavra "tu" (ou você) num tratamento; nunca usamos o nome do paciente e nem mencionamos o nome da doença, da queixa ou da condição em tratamento, e nem deixamos a pessoa introduzir-se em nosso pensamento depois de ela ter pedido ajuda.

Quando estamos em contemplação, não focalizamos o paciente, e sim Deus e as coisas de Deus que conhecemos, ou as leis de Deus que compreendemos ou de que tenhamos lido e tentamos agora realizar. Nós não esperamos a cura por qualquer coisa dessas, porque não podemos trazer à luz o filho de Deus do segundo capítulo do Gênesis, de onde só sai Adão, o homem de carne. O único modo pelo qual esse homem de carne pode ser devolvido para o Éden é a sua harmonia espiritual normal, não pensando a respeito dela, mas entrando naquele estado de silêncio que não reconhece o bem e o mal. Quando não temos desejos, não temos mais desejos do bem que do mal, e somos então puros o bastante para estar no Jardim do Éden, que é sem desejos. Não é um estado de desejar o bem, mas o puro contentamento com o ser.