"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

sábado, junho 30, 2012

A porta do "cárcere" que abre para "dentro"

Masaharu Taniguchi


Aquele que vive apenas no mundo da matéria e da carne é como um prisioneiro encarcerado dentro das paredes da matéria, porta de matéria e grades de matéria. Ele não pode fugir do mundo da matéria. O carcereiro meteu-o dentro da cela de matéria, trancou a porta e foi embora. Na ausência do carcereiro, ele resolve fugir da "cadeia de matéria", tenta empurrar a porta, mas esta não cede. Talvez o carcereiro tenha trancado a porta com a chave.

Dentro do cárcere havia uma estante com uma porção de livros, entre os quais se encontrava um com o título A VERDADE DA VIDA. Ele pegou o livro, abriu e leu. Estava escrito o seguinte: "O mundo da matéria visto no exterior é sombra projetada do mundo interno. Porém, o homem está com sua atenção toda tomada pelo mundo exterior e pensa que se pudesse dar um jeito na matéria poderia sair para um mundo livre. Então empurra a porta para fora, e bate mas não abre. Nesse momento de desespero, se ele volver a mente e abrir a "porta da mente" para dentro, libertar-se-á a força infinita do filho de Deus que nele se aloja. Então o homem alcança a plena liberdade".

Quando o prisioneiro acabou de ler isso, passou pela sua cabeça, como um relâmpago, a inspiração seguinte: "Se eu abrir a porta para dentro, poderei libertar-me". Ele se levantou, pôs a mão na maçaneta e puxou-a para dentro. A porta se abriu sem nenhuma resistência. O carcereiro não havia trancado a chave. A porta não estava trancada. Era ele mesmo que, na ilusão, pensava: "Está trancada e eu não posso sair". Não existia também o carcereiro que o tivesse prendido dentro das grades de matéria. A "sua mente" é que era o carcereiro. E a porta do cárcere não se abria enquanto não mudava a mente carcereira. Realmente era uma autoprisão. Não existe ninguém além da sua mente para prendê-lo.


terça-feira, junho 26, 2012

A experiência de Deus

Joel S. Goldsmith


Os nomes ou as palavras não são as coisas: são meios para designarmos nossas ideias das coisas. Deus, como palavra, é algo abstrato, mas como experiência interna é realidade viva. Os homens brigam por causa de palavras diferentes que querem dizer a mesma coisa, mas os realizados se identificam e se abraçam pela vivência da mesma realidade, concebida de formas muito diferentes.

Jesus considerava Deus como Pai e introduziu esta designação no Ocidente. Dizia ele: “O Pai que está em mim”; “meu Pai trabalha até agora”; “quem vê a mim vê ao Pai que me enviou”; “não crês que estou no Pai e o Pai está em mim?”; Eu e o Pai somos um”. Quando nos referimos a Deus como Pai, naturalmente pensamos num forte poder em que podemos confiar, numa vigorosa Presença que nos ampara e mantém, ou num poder disciplinador -- não no sentido de um Pai humano, pois seria absurdo atribuir-Lhe as falhas e natureza masculina de um homem terreno. Mas na Índia, embora às vezes O chamem de Pai, a designação mais comum é a de Mãe, que acabou sendo introduzida na Europa e aplicada por muitos europeus. Com o tempo acabaram empregando o conceito de Pai-Mãe, numa amálgama Ocidente-Oriente. Os Quakers introduziram na América do Norte essa denominação de Deus Pai-Mãe e a Ciência Cristã a adotou. Desse modo, os atributos maternos de suave presença, de desvelado amor, de influência protetora, se uniram às qualidades masculinas anteriormente citadas, formando uma nuvem amorosa e forte em torno de nossos ombros, e de luz em volta de nossos pés.

Todavia, a natureza divina deve ser concebida como uma vivência que dispensa qualquer nome. Se você lhe der um nome, este não é Deus. Isto só o entendem aqueles que já o contataram internamente. Estes podem chamá-lo de Amigo, como fazia Abraão no Velho Testamento. Se Jesus chamou Deus de Pai, mesmo estando em perfeita união com Ele, é por pura questão de ensino. Pois ele mesmo, em fusão completa com a Presença divina preferia dizer: “Eu Sou”; “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida”; “Eu Sou a videira”; “Eu Sou a porta”, etc.. Deus, quando Se manifestou a Moisés, falou a mesma coisa, em unicidade: “Eu Sou o que Sou”: inominado.

O propósito ou objetivo de O Caminho Infinito não é o de fazer-nos capazes de atribuir um nome a Deus, mas de termos a experiência de Sua Presença, até ao ponto em que Ele seja tudo em nós, embora revelado por nossa maneira individual. A mais elevada prece, a mais alta meditação, é a que elimina inteiramente todas as opiniões preconcebidas, crenças, etc., e, abrindo-nos em receptividade, leva-nos a dizer: “Pai, revela-te!”

Havendo sentido e compreendido que Deus não é Pai e nem Mãe, nem Lei ou Princípio ou Vida, mas é Tudo ou o Todo, lançamos fora os conceitos e, ao chamá-Lo Pai, vir-nos-á um “sentimento” e uma “consciência” do Todo que Ele é, que o intelecto não pode captar, mas o coração pode sentir com mais amplitude e fidelidade.

Meu conceito de Deus é de uma Presença indescritível. Conheço-O através de um “sentimento”; sinto-Lhe a Presença em todo o meu ser -- em meu tórax, na ponta dos pés, em meus braços. A circunstância externa não influi; ainda que eu esteja rodeado de desarmonias, mantenho-me consciente de Sua Presença como Luz a circundar-me, a abençoar-me, e a inspirar-me, fazendo de mim uma bênção, para diluir estados negativos e restituir a divina ordem.

Ampliamos este assunto acerca da natureza de Deus, não para que você possa ganhar um maior conhecimento da verdade, mas para que procure uma elevação de consciência e possa realizar a aspiração de Jó: “Ainda em minha carne verei a Deus”. Sabemos que Jó, no final de seu livro, conversou com Deus. Isto virá a acontecer a todo aquele que persistir fiel e perseverantemente no caminho espiritual, num gradual erguimento de consciência, até ao ponto em que Deus lhe seja uma realidade viva.

Depois disso, se alguém lhe perguntar: “Quem ou que é Deus?”, ele simplesmente sorrirá, porque não haverá mais nada a dizer ou fazer.

Se alguém me fizesse a mesma pergunta, não saberia o que dizer. Uma vez que sentimos Deus, já não sabemos defini-Lo. Parece uma incoerência, mas não existem palavras para descrevê-Lo e nem modos para ilustrá-Lo. Se uma pessoa nos perguntasse acerca do gosto de uma fruta que jamais experimentou, a mais simples e cabal explicação seria a de lhe dar um pedaço para  experimentar. Mas em se tratando de Deus, melhor é apontar o íntimo e mandá-lo experenciar.

Só quando atingimos aquele estado interno em que podemos sintonizá-Lo e pedir-Lhe: “Pai revela-Te”, e Lhe sentimos a Presença, é que podemos ter a compreensão espiritual Seu respeito, porque “o que é espiritual se discerne espiritualmente”.

O objetivo inteiro de nossa presença neste plano de vida é alcançar a conscientização de Deus, chamada “a volta ao Pai”. Quando isso acontece e nossa unidade com Ele se efetiva conscientemente, todos os estados negativos, todas as crenças equivocadas, são desmascaradas e diluídas, porque não têm realidade própria e nem pertencem à nossa natureza real. Deus passa a ser a vida de nosso Ser; o sustentáculo, o suprimento, a orientação, a inteligência, o valor moral, o amor todo-serviçal, a natureza pacífica e harmoniosa! Chegamos à compreensão total do que seja Deus aparecendo como eu ou como você. Tendo-O em nós, vemos, sentimos e pensamos através d’Ele, passando a ver o Divino em cada irmão e a amá-lo com a nós mesmos. Só Ele, que é amor, pode permitir-nos transcender o “amor próprio bem humano”, para alcançar uma visão real de nossa natureza essencial e da de nosso semelhante!

Uma vez tocado por aquele Algo, você terá a interna segurança de que Ele está sempre em você e que nunca o deixará e nem o abandonará. Ainda que você chegue a passar horas, dias ou mesmo semanas inteiras em que dirá: "sinto-me totalmente isolado de Deus" -- depois se certificará de que Ele jamais Se manteve afastado de você, mas você é que se rodeou momentaneamente da nuvem de negativismo que não Lhe permitia vê-Lo. Depois das primeiras experiências ser-lhe-á mais fácil conscientizá-Lo e libertar-se rapidamente dos estados negativos, irreais.

Isto nos leva a compreender melhor a nossa relação com Deus, do Qual somos imagens e semelhanças como Consciência. Na medida em que sabemos ser Consciência e nos sentimos como tal, damos um grande passo para a sintonia com Ele. Pense: Você é o corpo? Não. Você tem consciência de seu corpo mas não se localiza em nenhuma parte dele. Apenas sente que ele é seu mas que você não é ele, você é mais: é Consciência que está no corpo e além dele, percebendo seus sentimentos, seus pensamentos, e também as coisas de fora: seu lar, as pessoas. E se for além, perceberá que você pode conceber a Terra, a Lua, as estrelas, porque você as abrange como Consciência e tudo está dentro de você. Por isso é que você é inconfinável e está além do corpo e das coisas. Em Deus, a Consciência, que é você, é infinita; e através d’Ela você é um com Deus, descobrindo que a Consciência é uma só: Deus Onipresente.


sábado, junho 23, 2012

O que nos conduzirá ao paraíso? 2/2

Masaharu Taniguchi
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*Nota: O Buda que a Seicho-No-Ie  reconhece é o Ser onipresente, onisciente e onipotente. É a Luz onipresente, Luz infinita que ilumina todos os cantos do céu e da terra. É o Ser cuja Vida e cuja Sabedoria são infinitas. Ele é a Luz da Vida e Sabedoria que resplandece em toda parte do universo, sendo Um com todo o universo, com todo o infinito.


Estamos salvos desde o princípio; não é depois de nos esforçarmos muito nesse mundo que alcançamos, finalmente, a salvação. Portanto, o que precisamos fazer é simplesmente despertar para a Verdade de que á estamos salvos, já estamos no paraíso. Se se recorrer ao ensinamento de que "o homem só alcançará a salvação após muitos esforços", o efeito será muito lento, e não se poderá saber quando as pessoas despertarão para o fato de que, na verdade, estão salvos desde o princípio. Por outro lado, mesmo que se ensine que "todos estão salvos desde o princípio", as pessoas comuns, que só vêem o aspecto fenomênico, dificilmente perceberão o seu Eu verdadeiro (o Jissô), que está salvo desde o princípio. Cientes disso, os grandes mestres Hônen e Shinran tiveram a ideia de criar um "método" simples de conduzir as pessoas ao despertar, e passaram a ensinar: "Reze o Namu-Amida-Butsu. Com isso, mesmo os piores pecadores serão salvos." Diante dessa declaração clara e objetiva, as pessoas pensavam: "Ah! Não sabia que era tão simples alcançar a salvação". E, recitando "Namu-Amida-Butsu", pensavam consigo mesmas: "Pronto! Já estou salvo, já estou salvo!" Assim, despertavam para o fato de que estão salvas desde o princípio. Portanto, ensinar que "o homem alcança a salvação quando reza o Namu-Amida-Butsu" é apenas um expediente para fazer as pessoas despertarem para a realidade de que já estão salvas. Se através dessa oração ocorre a salvação, é porque existe a realidade "o homem está salvo desde o princípio".

Na seita Shin, ensinam que "mesmo tendo uma pessoa cometido pecados a vida inteira, ela será salva se rezar o Namu-Amida-Butsu". Isto se baseia no princípio básico de que o mal não existe verdadeiramente, e de que somente Amida-Butsu (o Bem) é existência real. O grande mestre Shinran disse também: "Os pecados não existem de verdade. Eles são produto da ilusão. O espírito humano é originariamente puro e bom". Se o mal, que não existe de verdade, parece existir de modo concreto, é porque a nossa própria mente permanece na ilusão de que o mal existe. Já que o mal não passa de produto da ilusão, e não existe realmente, para que nos amofinar, tentando nos livrar dele? Expulsemos da mente a ilusão da existência do mal. No mesmo instante, extinguir-se-á o mal, que não passa do produto da ilusão. Vejamos unicamente a Realidade perfeita. É nesse sentido que a seita Shin prega que "mesmo tendo uma pessoa cometido pecados a vida inteira, ela será salva se rezar o Namu-Amida-Butsu".

Interpretando os ensinamentos da seita Shin do ponto de vista da Seicho-No-Ie, constatamos que, na verdade, ela não é uma religião que enfatiza a maldade e a pecaminosidade do ser humano, e sim uma religião que prega a inexistência do pecado, ou seja, o fato de que "o espírito humano é originariamente puro e bom", como disse o mestre Shinran.

Mas por que será que os pecados originariamente inexistentes aparecem como se fossem reais e atormentam o homem? Por que será que o espírito humano, originariamente puro e bom, parece maculado de pecado e maldade? Tudo isso é consequência do fato de a mente humana manter persistentemente a ilusão de que o mal existe. O mestre Shinran empenhou-se em descobrir um meio de expulsar da mente humana tal ilusão. Antes de mais nada, é preciso compreender que é impossível corrigir os maus pensamentos com a mente que admite a existência deles. Os mais pensamentos somente se extinguem com a conscientização de que "o mal não existe originariamente". Entretanto, por mais que se diga que é preciso crer na inexistência do mal como se fosse real, as pessoas comuns dificilmente conseguem convencer-se disso. Elas pensam insistentemente: "Preciso eliminar este mal pensamento". Justamente por isso, reparam mais no mal manifestado, e o "mau pensamento" lhes parece existir realmente. Tudo aquilo que a mente reconhece passa a se manifestar. Por ter conscientizado isso, o mestre Shinran disse que o homem pode alcançar a salvação mesmo tendo cometido pecados durante toda a vida, contanto que reze o Namu-Amida-Butsu na hora de sua morte. 

Ser salvo não significa ser transportado para algum lugar no espaço, denominado paraíso. Ser verdadeiramente salvo é passar a manifestar o eu verdadeiro originariamente perfeito. Por mais que a pessoa tenha cometido pecados até agora (até o presente momento), ela pode alcançar a salvação imediatamente, contanto que passe a contemplar a perfeição de seu Eu verdadeiro agora mesmo. Afirmar que Buda (ou Deus, para os que não são budistas) só poderá nos salvar quando chegarmos ao fim de nossa vida carnal é menosprezar o Seu poder. Nós cremos que o poder de salvação de Deus é absoluto e ilimitado. Em vez de imaginar Deus num lugar longínquo do espaço, cremos que Ele está junto de nós e que o Seu poder de salvação está ao nosso alcance aqui e agora. 

Aqueles que imaginam Deus em algum lugar inacessível, acreditando erroneamente que só serão salvos após a morte do corpo carnal, devem corrigir esse erro e abrir para Deus as portas de sua mente, aqui e agora. Assim, as bênçãos de Deus, que até agora estavam bloqueadas, começarão a surgir em suas vidas, imediatamente.


Do livro: "A Verdade da Vida, vol. 12" pp. 73-76

(Jissô)

quarta-feira, junho 20, 2012

O que nos conduzirá ao paraíso? 1/2


Masaharu Taniguchi


"O que nos conduzirá ao  paraíso?" Para encontrarmos a resposta desta questão, precisamos, em primeiro lugar, compreender claramente quem somos nós, isto é, como é o nosso eu. Em segundo lugar, precisamos saber o que é paraíso. E, em terceiro lugar, compreender o que significa ser salvo, e saber qual é a força que nos conduz à salvação. 

Aqui, na cidade de Nanao, a seita Shin do budismo é muito difundida, e acho que muitas das pessoas presentes neste auditório são seguidores desta seita. Na seita Shin acredita-se que o homem pode ser salvo simplesmente recitando a oração "Namu Amida Butsu", que significa "Seja conforme a vontade de Buda". Agora, vamos supor que alguém faça aos devotos da seita Shin a seguinte pergunta: "Os senhores crêem que serão salvos rezando Namu-Amida-Butsu, mas expliquem-me o que é ser salvo". Quantas pessoas serão capazes de responder prontamente, e com clareza, essa pergunta? Pessoas ligadas às religiões usam com frequência o termo "ser salvo". Mas quando alguém lhes pergunta o que significa ser salvo, ficam confusos e não conseguem explicar. Alguns parecem pensar que "ser salvo significa a nossa alma ser conduzida a um mundo longínquo, de abundância e conforto, após a morte do corpo carnal neste mundo". Parece que muitas pessoas idosas pensam assim. Com o intuito de comprar, enquanto ainda estão vivas, o bilhete para conseguir um bom lugar no paraíso, trabalham com afinco e levam o dinheiro ao templo ou à igreja, que para elas é como uma bilheteria. Pelo que vejo, parecem pensar que, agindo desse modo, poderão garantir os melhores lugares no paraíso, que lhes proporcionarão sensações sumamente agradáveis; parecem pensar que o paraíso não é um mundo que possa ser alcançado aqui e agora, mas sim um mundo longínquo que só se alcança após a morte.

Os seguidores da seita Shin frequentemente referem-se a si mesmos como pecadores. Até mesmo o fundador da seita, o mestre Shinran, disse num de seus livros que: "A perversa índole custa se modificar; execráveis são meus pensamentos". Em alguns trechos, ele despreza a si mesmo como uma criatura impenitente e miserável, e lamenta-se profundamente. E prega que, apesar de tantos pecados, nós, seres humanos, podemos ser salvos pela misericórdia de Buda; que, apesar de merecermos ser lançados no inferno, somos conduzidos ao paraíso, e por isso devemos ser gratos. Em suma, prega que devemos nos considerar abençoados por sermos conduzidos a um lugar maravilhoso apesar de não o merecermos.

Analisando isso superficialmente, podemos pensar: "sermos levados ao lugar que merecemos é natural; porém, sermos levados a um lugar maravilhoso sem que o mereçamos é uma bênção extraordinária e devemos nos considerar felizes". Contudo, se refletirmos melhor, percebemos que não é bem assim.  Alcançarmos o paraíso sem o merecermos seria como ocuparmos um cargo bem acima de nossa capacidade, o que nos faria sentir constrangidos e um tanto infelizes. Por exemplo, se tivéssemos que morar no palácio de um monarca e fôssemos tratados por todos com servilíssimo e atenção exagerada, apesar de não possuirmos as qualificações para ocupar uma posição tão elevada, não nos sentiríamos bem, embora possamos considerar isso um grande privilégio. Certamente nos sentiríamos muito mais à vontade morando numa casa condizente com o que somos, por mais modesta que ela seja. Em última análise, por mais que nos sejam proporcionados lugares maravilhosos ou ambientes paradisíacos, a nossa mente não alcançará o estado paradisíaco e continuará sem paz, enquanto não se elevar o nosso próprio valor. A verdadeira paz e felicidade não se alcançam por sermos conduzidos a um lugar paradisíaco, que nos ofereça conforto e prazeres. Alcançamo-las por nossos próprios méritos. Se nós próprios não tivermos qualificações para merecer o paraíso, nenhum lugar será paraíso para nós, por mais que ofereça conforto e prazeres.

Por isso, a Seicho-No-Ie não ensina que o paraíso exista "aqui ou acolá". Naturalmente, não ensina que ele existe em algum lugar longínquo. Jesus Cristo também ensinou: "Nem dirão: ei-lo aqui, ou: lá está! porque o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:21). Não ocorrendo a elevação do nosso próprio valor, a nossa mente não alcança o estado paradisíaco, mesmo que nos seja proporcionado o estado paradisíaco. E, inversamente, ocorrendo a elevação do nosso próprio valor, alcançamos o estado paradisíaco onde quer que nos encontremos. Por isso, a Seicho-No-Ie não reconhece o paraíso como sendo uma "área delimitada do espaço", repleta de prazeres, que se situa num lugar longínquo do espaço.

Pelo que foi dito até agora, os senhores já devem ter compreendido que, para as pessoas alcançar o paraíso, é necessário que elas elevem o seu próprio valor até o nível paradisíaco. Na Seicho-No-Ie, as pessoas não depreciam a si mesmas, considerando-se pecadores, criaturas impertinentes e miseráveis, como fazem os seguidores da seita Shin. Pelo contrário, valorizam a si mesmas, reconhecendo-se como filhos de Deus infinitamente maravilhosos. Na linguagem budista, somos todos filhos de Buda. Nas escrituras budistas consta que Sakyamuni (Buda) apontou para o céu e disse: "Sou venerável no céu e na terra". Jesus Cristo também declarou, publicamente, ser filho de Deus. Como podemos perceber, tanto no Oriente como no Ocidente, é o mesmo estado espiritual dos que alcançaram o verdadeiro despertar. 

Segundo os ensinamentos da Seicho-No-Ie, todas as pessoas são filhos de Deus, são filhos de Buda. Filhos de Deus só podem ser Deus. Filhos de Buda só podem ser Buda. Desde o momento em que nascemos, somos seres divinos, seres búdicos. Não é depois de morrermos e sermos levados ao paraíso que nos tornamos seres divinos ou seres búdicos. Estamos salvos desde o princípio. Nosso verdadeiro eu já é divino, já é búdico. Nosso valor está definido desde o princípio. Já somos seres divinos, seres búdicos. Portanto, já estamos no paraíso. Desperte! Desperte! Você já é um ser divino, um ser búdico, Você já está no Paraíso! Aqui e agora - o agora imutável, que encerra em si o passado e o futuro infinitamente remotos - você já é um ser divino, já está no paraíso. Um ser que não tenha a natureza búdica desde o princípio jamais poderá alcançar o estado búdico. Se o homem pode alcançar o estado búdico, é porque ele possui a natureza búdica desde o princípio.

Mas o que é alcançar o estado búdico? No japão, a expressão "tornar-se um buda" comumente significa morrer. Porém, na verdade, tornar-se um buda (isto é, alcançar o estado búdico) não é morrer, mas sim viver. Viver de fato, viver plenamente livre - isso que é tornar-se um buda, ou seja, alcançar o estado búdico. A palavra japonesa "hotoke" (Buda) originou-se do verbo "hotokeru", que significa desprender-se, libertar-se. O estado que se alcança quando se desprende das amarras é o que é o estado búdico. No budismo diz-se que Buda é aquele que se desembaraçou. Quando o homem se liberta das amarras e alcança a plena liberdade, "ele se torna um buda", isto é, alcança o estado búdico. Libertando-nos das amarras que nos vinham tolhendo durante muito tempo, sentimo-nos aliviados. A sensação de alívio e conforto ocorre dentro de nós mesmos, e é nisso que consiste o paraíso. Portanto, o paraíso está dentro de nós mesmos.

Se não fôssemos criaturas livres por natureza, de modo algum poderíamos nos tornar livres, mesmo sendo libertos das amarras. Objetos como mesa, cadeira, etc., não são livres por natureza, e por isso não começam a se mover por si, mesmo que desatemos as cordas ou os cordões com que os tenhamos prendido. Mas tratando-se, por exemplo, de um cachorro, se desatarmos a corda com que o havíamos prendido, imediatamente ele começa a correr à vontade. Isto porque ele tem, desde o princípio, a natureza livre que o impele a  correr, saltar, etc. Da mesma forma, se nós, seres humanos, podemos alcançar o estado de plena liberdade (ou seja o estado búdico) quando nos desprendemos das amarras de ilusão, é porque somos seres búdicos desde o princípio. Não somos, de modo algum, seres miseráveis. Somos, desde o princípio, seres maravilhosos, repletos de amor e bondade. Por sermos originariamente seres búdicos, passamos imediatamente a manifestar a natureza búdica, perfeita e livre, a partir do momento em que nos desprendemos das amarras.

A seita Shin exalta a "força salvadora de Buda" e menospreza a "força própria" do ser humano. Afirma que o homem jamais poderá alcançar a salvação por meio de sua própria força. Todavia, por mais que despreze a "força própria" do ser humano, enquanto admitir a existência dela, não se pode dizer que esteja negando-a completamente. Justamente por admitir a existência da "força própria" do homem é que a referida seita conclui que "a força humana é inútil". Se, em vez disso, compreender que "existe unicamente a força de Buda, a força de Deus, e não existe a força própria do homem", e deixar de admitir a existência da "força própria" do ser humano, passará a crer unicamente na força de Buda, na força de Deus. Havendo unicamente a força de Buda (ou força de Deus, para os que não são budistas), é impossível haver "força própria" do ser humano. A Seicho-No-Ie crê unicamente na força de Buda (Deus), que é um com o Eu verdadeiro. A "força própria" que se nega é a do eu falso. Na verdade, não existe oposição entre a "força de Buda" e a "força própria" do homem; existe unicamente a Força Absoluta, que transcende a relatividade. Pode-se dizer, portanto, que a Seicho-No-Ie é a crença na Força Absoluta, que é única. Usando a linguagem budista, podemos dizer que não reconhecemos nenhuma outra força além da força de Buda. Existe unicamente Buda, pois todos somos um com Ele. Portanto, todo lugar do universo é a Terra Pura de Buda, ou seja, paraíso. Não há, em lugar algum, o que se possa chamar de inferno. "Todos já estão salvos. Assim mesmo como são, todos vocês já se encontram na Terra Pura de Buda." Esta é a declaração da Seicho-No-Ie, dirigida a toda humanidade.

- Do livro: "A Verdade da Vida, vol. 12", pp. 63-69


(Jissô)

segunda-feira, junho 18, 2012

"Onde estão os teus acusadores?"

 Dárcio Dezolt


A mente humana crê na alucinação imaginada por ela. Assim, uma inexistência chamada “vida terrena” ilude a quase todos, através de quadros repletos de imperfeições, problemas e mudanças, enquanto ao mesmo tempo e de modo contraditório, é reconhecido que “Deus é Onipresente”. A revelação absoluta de que Deus é a única Realidade, única Presença, para esta mente falsa, é pura “loucura”, conforme disse o apóstolo Paulo. E dentro deste dualismo, de se acreditar em Deus e nos “sonhos” da visibilidade, segue a raça humana deixando de desfrutar a própria herança divina de bem-aventuranças plenas. Sempre a expectativa de melhoria é vista como possibilidade futura, e nunca como ALGO AGORA PRESENTE!

Enquanto a “alucinação coletiva” não ceder lugar à Realidade já manifesta, seus ilusórios frutos, exatamente como simples pesadelos, irão atormentar a todos. Qual é a “alucinação”? O suposto “mundo visível” ou o Reino de Deus? Para a mente humana, um Reino já perfeito e único, já disponível aqui e agora igualmente para todos, é visto como “alucinação” de místicos visionários! Já para os mestres de todos os tempos, a “alucinação” é exatamente tudo aquilo que é visto pela mente humana!

A Bíblia nos mostra um Jesus Cristo sempre sendo contestado pelo mundo. Mas a Verdade por ele revelada, desafiando todos os obstáculos, AQUI permanece, à espera de alguém disposto a deixar de lado puras MIRAGENS para realmente conhecer a Realidade já presente. Os fariseus disseram a Jesus: “Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro”. Como resposta, ouviram as palavras iluminadas: “Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo. E, se na verdade julgo, o meu juizo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou…se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai”.

O “julgamento divino” transcende os quadros deste mundo, desconsiderando completamente as “alucinações” aceitas como reais pela mente humana. Este “julgamento que a ninguém condena” é o do próprio Deus vendo a Si mesmo como sendo a TOTALIDADE da Existência. Nesta Visão absoluta da Realidade, quem seria acusado? Onde existiriam acusadores? Em lugar algum! Portanto, no lugar das culpas, condenações e recriminações que parecem existir, o que há de fato é a Verdade divina, amorosa e libertadora. Este é o “testemunho verdadeiro” que, segundo Jesus, não julga “segundo a carne”. No relato bíblico encontrado em João 8:11, podemos observar que no exato instante em que a mulher acusada reconheceu que “ninguém a acusava”, ficou LIBERTA! Reconhecer que “ninguém nos condena” é despertar para o fato de que Deus é Onipresença; é reconhecer que a Mente ÚNICA, exatamente por ser única, a NINGUÉM julga! Reconhecer que a Mente ÚNICA é a “nossa” Mente!

Sejam quais forem os chamados “erros”, do passado ou do presente, eles nunca realmente existiram nem existem, a não como ser como “alucinações” da mente humana. Este despertar, tido pelo ladrão ao lado de Jesus, permitiu-lhe ouvir as libertadoras palavras: “Hoje estarás comigo no paraíso”.

Assim como uma “alucinação de incêndio” não pode ser combatida por bombeiros, a “alucinação” de problemas ou de imperfeições não pode ser desfeita mediante “ações deste mundo”. A “alucinação” é combatida pelo restabelecimento da “mente normal” da pessoa que, iludida, ali reconhecia um incêndio ilusório. De modo idêntico, quando as culpas e acusações deste mundo forem dissipadas pelo “restabelecimento” de nossa mente NORMAL, ou seja, a “Mente de Cristo”, teremos “conhecido a Verdade que nos torna livres”. Que isto se dê AGORA!


sábado, junho 16, 2012

"Julgamento justo"

Dárcio Dezolt


Se julgarmos segundo as aparências (quadros visíveis), seremos obrigados a reconhecer a existência do bem e do mal. Os dois parecem mesmo ser reais! Contudo, se fizermos o "julgamento justo", mesmo diante das aparências, sem permitirmos ser levados por elas, a permanência na Verdade fará com que sua natureza ilusória nos fique revelada.

Os textos da Metafísica Absoluta nos conduzem diretamente ao "julgamento justo", ou seja, à visão que Deus possui de Seu Universo, de modo a encará-lo perfeito, aqui e agora. Nessa "contemplação" vivenciamos nossa Unidade com Deus, discernimos que somos a Visão de Deus, e que TUDO É DEUS.

Escreve Joel S. Goldsmith: No envolvimento com a cura espiritual, devemos ter um princípio que seja exato, do qual não podemos nos desviar o mínimo que seja, a exemplo do que nos ocorre na matemática ou na música. O princípio da chamada "cura espiritual" é o seguinte: "Deus é Amor, Deus é Vida, e não há Nele treva alguma".

quinta-feira, junho 14, 2012

JAMAIS você se transfigura

transfiguration of Jesus Christ
Dárcio Dezolt


Quem parte do “Referencial da Luz” jamais aceita mudanças em si mesmo ou no Universo, uma vez que este referencial parte da Verdade imutável e jamais de “aparências transitórias”. Você pode ser olhado pelos olhos da mentira (sentidos humanos) ou pelos olhos da Verdade (Sentido Espiritual). Se você for visto como VOCÊ É, Deus será visto sendo o seu Ser – e nada mais. Mas se você for visto como a ILUSÃO o vê, uma “imagem humana” será vista EM SEU LUGAR!

A Bíblia relata a “transfiguração de Jesus” - e isto porque ele também não estava sendo visto pelos olhos da Verdade. A ILUSÃO o mostrava como um nazareno na forma de uma “imagem humana”, uma imagem tão falsa e mentirosa quanto aquela vista como o "você” mostrado pela suposta “mente humana”. Teria Jesus “se transfigurado”, para ser visto como Luz? Não! A Realidade jamais muda! Houve unicamente a “troca de referencial” por parte dos discípulos, que, vendo-se iluminados, assim também o puderam ver!

Que tiramos de importante deste fato? O princípio fundamental deste estudo e suas contemplações, ou seja.: “VOCÊ JÁ É LUZ!” Se “alguém” pensa estar vendo-o como a “imagem humana” gerada pela crença coletiva, este “alguém” não existe! É parte componente da mesma ILUSÃO. Por isso, “ele” nega estar diante de Deus, tanto sendo VOCÊ como sendo “ele próprio”. Este “quadro de miragens” é a ILUSÃO! E este “eu” da miragem é aquele que “deseja” se iluminar para ver-se “transfigurado” ou para ver qualquer outro “transfigurado”.

Quando a Verdade Absoluta é revelada, percebe-se que O SER JAMAIS SE TRANSFIGURA! JÁ É DEUS! O “eu” da miragem não concebe e não aceita esse fato! E não o fará jamais! ILUSÃO NÃO CAPTA A VERDADE! Por isso, durante suas “contemplações”, não conte com a “mente ilusória” para testemunhar a SUA PRESENÇA sendo Deus! Conte unicamente com a VERDADE JÁ CONSUMADA! O que a “crença coletiva” pensa ou deixa de pensar sobre VOCÊ não muda em nada o FATO PERMANENTE DE QUE DEUS É TUDO, INCLUSIVE VOCÊ!

O suposto “eu da miragem”, de olhos abertos ou fechados, jamais verá aquele que VOCÊ É! Por outro lado, a Consciência iluminada, que é onipresente - e, portanto, a SUA Consciência -, Se expressa AGORA como seu Ser, e DELE DÁ TESTEMUNHO! Por esse motivo é que devemos partir da Consciência iluminada e não da suposta “mente humana”, e também do “Referencial da Verdade” e não do “referencial das aparências”. Dessa forma, cada “contemplação” será uma direta e imediata identificação com a Verdade, que lhe possibilita dizer: “Eu Sou a Verdade” ou “Eu Sou a Consciência iluminada”, o Ser que jamais se transfigura!


terça-feira, junho 12, 2012

Deus somente

Sathya Sai Baba


“Conhecer Deus é o empreendimento mais importante da vida. O homem deve conhecer Deus, falar com Deus. Isto é realização. Isto é religião. De nada vale conhecer todas as outras coisas quando se desconhece Deus.

Todo ser humano é uma manifestação de Deus. Todo objeto manifesta o Divino. Nada há no mundo que não seja uma manifestação de Deus. Não tenham nenhuma dúvida de que o Cosmos é permeado por Deus e de que tudo está contido n’Ele. Não há sequer um átomo no Universo que não seja permeado pelo Divino.

Tentamos descobrir Deus buscando-O por todo Universo, mas deixamos de investigar Sua existência em nosso interior, como a própria essência e princípio básico de nosso ser. Com a descoberta de nós mesmos, de nosso Ser, toda a lamentação cessa e atingimos a felicidade suprema. Este é o verdadeiro autoconhecimento.

A mente é a espada de dois gumes: pode salvar, mas, igualmente, escravizar. A meditação, de fato, é o primeiro passo para a autorrealização. A razão por que tenho chamado este o primeiro passo de seu treinamento é que hoje há um considerável número de pessoas que não podem tolerar dificuldades e inconvenientes e, ainda assim, desejam coisas maiores, mais subjetivas. Esta disciplina, a qual a si mesmos vocês impõem, os conduzirá à felicidade e à glória.

Mediante dhyana (meditação) você mergulha na ideia da Universalidade e Onipotência de Deus. Não é para você uma diária constatação que uma preocupação maior domina uma outra menor e o leva a esquecer-se desta? Quando você plenifica sua mente com a de Deus, quando por Ele você anseia e a Ele levanta seu clamor, todos os demais anseios, todos seus desapontamentos e mesmo todas as realizações desmaiam, sumindo na própria insignificância. Você esquece tudo. Desejos, frustrações e realizações jazem submersas na inundação do divino anseio e, logo depois, no próprio Oceano da Bem-aventurança.

Você contempla as estrelas no espaço, mas conserva inexplorado o céu interior. Vasculha a vida alheia assinalando erros e falando mal das pessoas, mas não cuida de analisar seus próprios pensamentos, atos e emoções para julgar se são bons ou maus. Os erros que nos outros você vê não passam de projeções dos seus próprios; o bem que nos outros observa é o reflexo de sua própria bondade. Só mediante a meditação (dhyana) você poderá cultivar o bem-ver, o bem-ouvir, o bem-pensar e o bem-agir.

A meditação verdadeira é ficar absorvido em Deus como único pensamento, a única meta.
Deus somente, apenas Deus.
Pense em Deus, respire Deus, ame a Deus, viva Deus.”


sábado, junho 09, 2012

Ondas de um Oceano

Núcleo


Há um Ser Real, Oceânico...

Deus é este Oceano de Luz, infinito e eterno.

De Suas profundezas Deus emerge à superfície de Si mesmo como Ondas do Oceano...

O Ser oceânico, infinito e eterno, é Quem somos!

Quando imergimos nas profundezas nos percebemos em Unidade com Deus.

Quando emergimos à superfície aparecemos como Ondas do Oceano de Luz.

Assim, há apenas um Oceano de Luz e Ondas neste Oceano.

Na superfície sou uma Onda e nas profundezas, Oceano,

Quando emerjo Me percebo apenas como a Onda.

Quando imerjo Me percebo como o vasto Oceano.

Vi cada um de nós como essa Unidade oceânica e muitas Ondas.
Sei que esta é a nossa essência e Realidade, é Quem somos.
Saibam que vocês são todos Ondas de um Oceano de Luz!

É o que percebo, o que desfruto e o que aqui compartilho.

Namastê!


sexta-feira, junho 08, 2012

"Conversação" (Poema)

 


Deus e eu a sós no espaço... ninguém mais à vista...

- "E onde estão todas as pessoas, meu Senhor", disse eu, "a Terra sob nós e o Céu acima e os mortos da minha lista?"

- "Foi um sonho", Deus sorriu, e disse: "O sonho que parecia ser real; não havia pessoas vivas ou mortas; não havia Terra,  e nem o Céu acima, havia apenas eu em você".

- "Por que não sinto medo, encontrando-o aqui neste momento?", perguntei: "pois pequei, sei disso muito bem e existe céu, e inferno também, e será este o dia do julgamento?"

- "Não, eram apenas sonhos", disse o Grande Deus, "sonhos que não existem mais. Não existe isso de medo e pecado; não existe você... nunca houve você no passado, Nada existe, senão eu".


(Poema Conversação de Ellen Wheeler Wilcox, extraído do livro "A física da Alma", de Amit Goswami, pg 161.)