"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

terça-feira, janeiro 30, 2018

Oração para eliminar a ilusão e contemplar o mundo da Imagem Verdadeira


- Masaharu Taniguchi -


Oração para eliminar a ilusão e contemplar o mundo da Imagem Verdadeira de felicidade eterna:

Existem muitas pessoas que vivem temendo a ocorrência de infortúnios, doenças ou acidentes, considerando-os castigos de Deus. Há também religiosos que amedrontam as pessoas com ameaças de "punição divina" ou "castigo do céu", para induzi-las a se converterem à seita ou religião deles. Tanto esses religiosos, como as pessoas que neles acreditam, estão errados.

A Bíblia ensina que onde existe o amor perfeito não há medo, e que o amor perfeito é manifestação de Deus. Portanto, o verdadeiro cristianismo não suscita temor nas pessoas, e os verdadeiros cristãos não procuram converter as pessoas com ameaças de "castigo divino".

Também no budismo, o Hannya Shingyō (Prajfiã-paramitã-sutra) diz: "Eliminando-se a ilusão, desaparece o temor". Isto significa que a fé religiosa que suscita temor não é verdadeira, sendo apenas ilusão camuflada de fé. Ilusão é como sonho; é ver aspectos contrários à realidade. Pode acontecer de alguém, no sonho, ver-se submetido a um terrível castigo e, acordando, perceber que estivera sonhando e soltar uma risada de alívio. Julgar "existente" o que "não existe" - este pensamento contrário à realidade é ilusão. Pode acontecer, também, de alguém sonhar que perdeu algo e, acordando, constatar que esse algo permanece ali, diante de seus olhos. O mesmo ocorre com a ilusão. Pode-se dizer, portanto, que ilusão é "pensamento invertido", ou seja, julgar "existente" o que "não existe", e vice-versa. Por isso, o Hannya Shingyō afirma que o estado de ilusão é como o sonho no qual a pessoa julga ser real o que não existe realmente; ensina que neste mundo criado por Deus não há criatura alguma e coisa alguma capaz de nos infundir medo, e diz que é preciso abandonar o "pensamento invertido", isto é, a ilusão, pois assim o medo desaparecerá.

Tudo que existe de verdade é obra criada pelo Deus único. Deus, o Criador, é Bem infinito, é possuidor de Sabedoria infinita. Portanto, neste mundo criado pela Sabedoria infinita de Deus não existem falhas nem incoerências. Este mundo só pode ser um mundo perfeito onde todos os seres vivem em total harmonia, ajudando e complementando uns aos outros. Por isso, basta abrirmos os olhos da mente, eliminarmos a ilusão e contemplarmos a Imagem Verdadeira para que todos os males - originalmente inexistentes - desapareçam por completo. Desaparecendo a ilusão, ocorre a cura da doença, cessa o conflito, ninguém permanece pobre ou feio. E assim podemos descortinar, neste mundo que habitamos, o aspecto perfeito do mundo da Imagem Verdadeira onde existe a felicidade eterna.

Eliminemos a ilusão. Na verdade, o mundo que habitamos aqui e agora é a manifestação exata do mundo da Imagem Verdadeira, onde reinam o bem e o belo supremos e a felicidade eterna. Tendo recebido a revelação desta Verdade, contemplo neste momento o mundo onde reinam o bem, o belo e a felicidade eterna, e o meu coração pulsa de alegria infinita.

Agradeço a Deus por esta bênção. Muito obrigado.

(Do livro: A Verdade em Orações, vol. 2)

sexta-feira, janeiro 26, 2018

Agradecer a Deus porque já somos saudáveis!

- Masaharu Taniguchi -


AGRADEÇAMOS A DEUS ADMITINDO QUE JÁ SOMOS SAUDAVEIS.

Se um doente não consegue recuperar a saúde, é porque está agarrado à idéia de que está doente. Se os diversos métodos de terapia, as orações e a leitura de livros sagrados não surtem efeito, é porque ele pensa: “Preciso me curar porque estou doente.” Dessa forma, ele está agarrado á idéia “porque estou doente” e está lutando contra ela. “A doença não existe” – isto é a Verdade, é o Jissô. Se queremos despertar em nós esse Jissô saudável, não devemos ficar mantendo a ideia “porque estou doente”. Assim, não conseguiremos firmar a ideia de que a “doença não existe”. Se abandonarmos a ideia “eu estou doente” e a substituirmos pela ideia “eu sou saudável”, a doença será curada.

Então, como faremos para consegui-lo? Para isso, devemos agradecer a Deus, admitindo que já somos saudáveis e que fomos criados perfeitos. Tomemos a postura de Shinsokan e agradeçamos a Deus da seguinte forma: "Deus é o todo de tudo, é Vida de Deus, sabedoria de Deus e amor de Deus. E eu, não fugindo à regra, também sou preenchido pela Vida perfeita, sabedoria perfeita e amor perfeito de Deus. Por isso, tenho saúde perfeita. Realmente, tenho saúde perfeita. Obrigado, Obrigado. Realmente, agora tenho saúde perfeita. Obrigado, Obrigado...".

Estas palavras de agradecimento, ditas com a real sensação de que somos saudáveis, têm força para afastar o pensamento "quero me curar porque estou doente". É bom repetirmos mentalmente várias vezes o último trecho, com emoção, até que se crie essa sensação dentro de nós: "Realmente, agora tenho saúde perfeita".



segunda-feira, janeiro 22, 2018

O profundo significado da "tentação"

Imagem relacionada
- Joel S. Goldsmith - 


"Em seguida, foi Jesus levado pelo espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois teve fome. Então se aproximou dele o tentador e disse-lhe: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se convertam em pão. Respondeu-lhe Jesus: Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." (Mateus 4: 1-4)

Vemos aqui o grande e profundo significado da tentação.

Esta passagem mostra o exemplo típico de fidelidade à essência de todos estes ensinamentos, ante à tentação que sentimos de concentrar o pensamento e a atenção nas coisas deste mundo, isto é, nas necessidades externas, e demonstrar o poder de produzir efeitos extraordinários, como a provisão de alimentos mediante a operação de um milagre.

Jesus sabia que essa não era a maneira de se demonstrar a presença de Deus como suprimento de nossas necessidades.

O meio de demonstrá-la consiste em se viver permanentemente numa atitude interna que se pode traduzir nestes termos: Uma vez que Deus é consciência divina, e que a consciência é a substância e atividade criadora de todas as formas, enquanto eu viver, me mover e tiver ao meu ser como consciência espiritual, todas as formas de suprimento aparecerão sem que eu me preocupe com elas. Esta era a resposta de Jesus a todas as tentações.

Esta deve ser também a tua resposta. Em vez de trabalhar, isto é, de fazer trabalho mental, quando se te apresente qualquer problema, lembra-te de que já aceitaste os dois grandes mandamentos de Jesus: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir" e "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e Sua justiça (verdade), e estas coisas vos serão dadas de acréscimo."

Quando te sentires tentado a usar esta verdade para obter um emprego, ou para efetuar uma cura ou fazer alguma coisa no plano externo, dize como Jesus, a ti mesmo:

"Eu não vivo somente de pão, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus. Não vivo de suprimentos externos. Estes são coisas recebidas de acréscimo, que me vêm às mãos espontaneamente, como um desdobramento natural do meu estado de autorrealização em Deus, a Consciência divina, que está sempre Se manifestando como minha consciência individual. Ela é a fonte do meu suprimento; logo, não preciso fazer magia. Não preciso que o eu pessoal se arvore em demonstrador de poderes. O único EU, o grande EU SOU, está governando, mantendo e sustendo Sua própria imagem e semelhança. Se tentar fazer milagre, se tentar fazer demonstração de poder, estarei criando um eu separado de Deus, revestindo-me, assim, de uma personalidade que não é de Deus. Deus está sempre mantendo o que é Seu."

Por ceder à tentação de demonstrar poderes é que a mente humana entra em conflito e cria sofrimentos. Por exemplo, o filho pródigo, não estava satisfeito em viver só dos bens de seu pai, e por isso, saiu de casa, partiu para o mundo, com o desejo de abrir se próprio caminho na vida. E sabes como acabou.

Na Antiguidade, deu-se à origem do mal o nome de “diabo”. O diabo não é nem nunca foi uma pessoa. O diabo, ou mal, é algo de natureza impessoal. É possível que ele apareça como pecado, delinquência juvenil, falso desejo, doença incurável, pobreza, ou morte.

Entretanto, seja qual for o nome ou natureza, aquilo que se põe à sua frente é um mal único.  Empregamos para ele a designação “mente carnal”, dada por Paulo, ou algum outro termo, como “aparência” - matéria, por exemplo.  A discórdia ou tentação não é uma entidade ou identidade física; ela é uma “aparência”, um produto da mente carnal: a crença em dois poderes.


"Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: 'Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Recomendou-te a seus anjos que te guardem ... para que não tropeces em alguma pedra.'"

"Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus." (Mateus 4: 5-7)

Se temos o próprio Deus como nossa consciência, se Deus é a nossa Alma, Mente e o Ser que Somos, acaso precisaremos produzir anjos, alguma espécie de efeitos extraordinários para nos segurar, amparar e ajudar?

Precisaremos de alguma coisa além de Deus? Não nos tornaremos idólatras quando recorremos a algo que não seja Deus, a algo menos que Deus para nos manter? Acaso não será isso pecado contra o nosso próprio senso de vida espiritual?

Quando formos tentados a recorrer ao homem cujo fôlego está no seu nariz, quando formos tentados a confiar em alguma forma humana de Deus, ainda que nos pareça como um anjo, lembremo-nos da tentação de Jesus. Perguntemo-nos a nós mesmos: Tenho alguma necessidade de anjos? Necessito de algum auxílio? Necessito de alguma forma menor de ajuda, mesmo que seja a do pensamento humano?


Ainda o diabo o transportou a um monte muito elevado, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e disse-lhe: Todas estas coisas te darei se, prostrando-te em terra, me adorares.

Ordenou-lhe Jesus: Vai para trás, Satã, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás!

Então o diabo o deixou, e eis que vieram anjos e o serviram. (Mateus 4: 10-11)

Quando compreender a Deus como Onipotência, estará habilitado a se livrar do mal sob todas as formas, mediante as seguintes palavras: “Nenhum poder terás sobre mim, a não ser que tu venhas de Deus. Ao lado de Deus não há nenhum outro poder; e o Poder divino é presente tanto no céu como exatamente aqui onde eu estou.” Mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

De vez em quando, todos nós somos tentados a dar as costas ao nosso mais elevado senso de Alma, a fim de melhorar nosso destino neste mundo; somos tentados a melhorar nossa situação descendo da altura espiritual em que nos sentimos em Unidade com Deus para adotarmos uma forma de tratamento inferior; somos tentados a confiar em alguma coisa separada e independente de Deus.

E aí é que devemos resistir à tentação e aprender a ficar em silêncio, nesse estado de paz que não vê poderes em aparências.

Uma vez que Deus é a consciência individual de cada um, não precisaremos de nenhuma forma de tratamento inferior ao representado por esta certeza; não precisaremos de nenhuma ajuda humana, nem sequer sob forma mental.

Precisaremos somente estar sempre seguros de que Deus é a nossa consciência individual.
      
Comecei dizendo que devemos todos chegar a um nível de consciência que nos permita saber o que é Deus. E agora volto ao assunto. Deus é o princípio deste universo, mas se manifesta como consciência individual. É o principio do teu e do meu universo individual e a lei para a tua e para minha vida.  

Nossa experiência externa é determinada pelo nosso, o teu e o meu grau de autorrealização em Deus – a Lei, a Vida Divina-, que atua como tua consciência individual. Isto, porém, não significa que cada um de nós seja ou tenha um Deus separado, mas quer dizer que, não obstante cada indivíduo possuir consciência ilimitada, essa consciência individual ó o único Deus, o Onipotente.
       
No entanto, enquanto não soubermos que, como consciência individual, temos o nosso ser em Deus e que em Sua eterna presença vivemos e nos movemos, não estaremos recebendo Sua orientação e proteção no que estejamos fazendo neste mundo.

Para isso, precisamos saber que Ele é a divina realidade de nosso ser; precisamos senti-lo mais perto que o próprio ar que respiramos. Este é o segredo.

Não basta saber intelectualmente que Deus é a Vida eterna. Precisamos estar extremamente conscientizados disso, como estava Jesus, quando declarou: Eu sou a vida eterna. Nesse estado de ser, ele não disse que Deus era a vida eterna, nem que Deus era o caminho, mas afirmou: Eu sou o caminho. 

Em outras palavras: Tudo o que Deus é, Eu sou; tudo o que Deus tem, Eu tenho, porque Eu e o Pai somos um.

Compreendes que para poderes ajudar alguém não deves voltar as costas à tua própria consciência, à Consciência-Deus? Antes, pelo contrário, deves permitir que haja em ti aquela paz e confiança que Jesus demonstrou ao vencer as tentações.

Não deves esquecer essa história das tentações no deserto. Lembra-te que Jesus estava no cume do monte, mas com sua consciência divina. Lembra-te de que ele sabia que sua própria consciência era a fonte de todo bem.

Cada um de nós, uma ou outra vez, será solicitado a ajudar alguém. Alguns serão chamados para ajudar a muitos. Para isso, nenhuma lição será de maior valor que esta que te estou dando agora. Começa hoje, neste momento: Lembra-te de que o que atua em benefício da tua família, dos teus negócios, de teu lar, do teu corpo, é a tua consciência, e não um deus distante. É a tua própria consciência individual, quando em silêncio e paz.

Tudo o que tens ou terás de fazer quando fores chamado, será conseguir esse estado de paz.

Não te preocupes em aprender grandes verdades. Provavelmente não existe verdades maiores do que as que já conheces.

Há, porém, uma coisa que deves conseguir pela prática da meditação: um estado de paz interior ligado à compreensão de que o Cristo que cura é a tua própria consciência.

Quando houver em ti aquela mente que havia em Cristo Jesus, e que é o que cura, tu o saberás. Estarás então nesse estado de paz que resulta da compreensão espiritual de que o erro não é poder, porque não é real. E não o combaterás, não lutarás com ele, não procurarás algemá-lo, nem passarás a noite sentado, de vigília, para teres a certeza de que ele não te vencerá. O que deves fazer é procurar aprender como encontrar a tua paz.

Quando andares pelo mundo com essa sensação de paz – com essa paz que só se pode experimentar quando se compreende que Deus É Tudo e que o erro não é -, quando sentires essa sensação de paz, será porque já terás atingido a Consciência Crística, que é a tua consciência individual, quando já não temes, não odeias nem amas o erro, qualquer que seja seu nome ou natureza.

Não temos feito os trabalhos de cura que deveríamos fazer, e em quase todos os casos a razão é sempre a mesma. É a nossa curiosidade em saber quando a mente de Deus fará alguma coisa em benefício do paciente, ou quando o Amor divino começará o trabalho, ou quando entraremos em contato com o Amor divino, o Espírito que cura.

Deste modo, não podemos e nunca faremos o trabalho que deveríamos, porque, no caso, a curiosidade implica em negar a verdade de que Mente de Deus é a nossa mente individual, de que o Espírito é o nosso espírito individual, e o Amor divino é o amor de que estamos impregnados como consciência individual. E só alcançamos o nível de consciência que faz o trabalho de cura quando nossa mente está em paz.

Se alguém te pedir ajuda, estarás no dever de entrar no estado de paz que excede todo o entendimento humano, e então este estado de paz será para toda crença errônea o mesmo que foi a ordem de Jesus para aquela tempestade no lago Tiberíades.

O praticante de cura espiritual precisa viver, mover-se e ter seu ser nesse estado de paz que produz a cura, nesse estado de harmonia, bem-estar e confiança, nesse estado de transparência espiritual.

Nesse estado de transparência, tua consciência individual (e a minha) é Deus! E Deus, a verdadeira consciência do indivíduo, é o que cura.


sexta-feira, janeiro 19, 2018

"Eu vim para que tenham Vida"

- Omraam Mikhaël Aïvanhov -


No “Sermão da Montanha” Jesus dirige-se aos discípulos, assim como à multidão de homens e mulheres que o haviam seguido, e lhes ensina a orar. Diz a eles: “Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás no Céu...”

Então, reflitamos. O que nos permite chamar um homem de “pai”? O fato de reconhecermos quem nos transmitiu a vida. Os filhos reconhecem no pai aquele de quem receberam a vida, e o pai vê nos filhos o prolongamento de sua própria existência/vida... Portanto, se quisermos saber o que Jesus tinha em mente ao apresentar a relação de seres humanos com Deus como uma relação de filhos para pai, devemos nos debruçar sobre esse imenso e misterioso campo que é a vida. Por toda parte existe vida, toda a natureza vive, todos os seres são vivos, e, no entanto, como são poucos os homens e mulheres que sabem o que é a vida!

Quando estão passando por dificuldades, infelicidades, eles exclamam: “Fazer o que... é a vida!” Entendem a vida como algo exterior, que devem suportar passivamente. Insucessos, acidentes, doenças, sofrimentos, “é a vida!”. Se amaram, casaram-se, e, agora, divorciam-se, então, mais uma vez, “é a vida!”. Não, a vida não é isso. Eles chamam de vida uma sucessão de erros, fraquezas, fracassos, sem se darem conta de que foram eles que produziram essa existência lamentável. O Criador havia prescrito uma outra vida para eles!

Jesus dizia: “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” De que vida estamos falando? Nós já estamos vivos!... Foram essas palavras de Jesus que me levaram a tantas explorações no âmbito da vida. Leia atentamente os Evangelhos e você verá que Jesus só fala da vida. Por isso é necessário sempre retornar a essa questão da vida, para estudá-la sob todas as suas formas.

Os seres humanos buscam o poder, a riqueza, o conhecimento, o amor... Mas não, é a vida que devem buscar. Vocês dirão: “Mas por que buscar a vida? Já a temos, estamos vivos. O que precisamos fazer é buscar aquilo que não temos.” Vocês estão vivos, é verdade, mas a vida não é a mesma em todos os seres, a vida tem graus. Do mineral até Deus, passando pelos vegetais, os animais, os homens, os anjos, tudo está vivo. Não basta viver, é preciso perguntar a si mesmo que tipo de vida se está vivendo. Por sua conformação física, o homem, naturalmente, leva uma vida de homem. Mas no seu interior a vida pode assumir formas e cores infinitas. A vida a que Jesus se refere e deseja levar a todos os seres humanos é a vida divina, semelhante a uma corrente que brota pura e límpida da Fonte original.

A vida costuma ser comparada ao fluir da água. E quanta diferença entre a água da nascente, no alto da montanha, e aquela que chega à desembocadura do rio, depois de receber todo tipo de sujeira e produtos tóxicos! Essa água de que os homens tanto precisam para viver – mais necessária até que o alimento (podemos ficar mais tempo sem comer do que sem beber) – é uma fonte de regeneração, mas também pode ser causa de morte. Quando um rio chega à planície e atravessa uma grande cidade, ninguém teria a idéia de beber nele para matar a sede. Sim, vejam o Sena em Paris... Não quero nem descrever tudo o que foi atirado nele ao longo de seu percurso. É sempre o mesmo curso d’água, mas não é mais a água pura que brotou lá no alto da montanha!

Pura ou poluída, a água continua sendo água, como a vida continua sendo vida; mas nada é mais vivificante do que a água pura, ao passo que a água poluída traz a morte. Ainda hoje, quantas pessoas não ficam doentes e morrem por ter bebido água poluída!

A Vida brota no seio de Deus e desce para dar de beber a todas as criaturas. Mas os seres humanos não têm consciência do caráter sagrado presente nela, eles sujam a vida de Deus, a água de Deus. Espantados, vocês se perguntam: “Mas como é que poderíamos sujar a vida divina?”. Toda vez que lhes falta sabedoria, amor, desinteresse, é como se estivessem jogando lixo no rio do Senhor. E o rio não protesta, ele aceita tudo, para ajudar os seres humanos.

Guardemos a imagem do rio, pois ela nos esclarece sobre essa unidade infinita que é a vida. Entre a fonte e a foz de um rio, quantas regiões diferentes não foram atravessadas, e que enorme diferença, portanto, na qualidade da água! No entanto, é o mesmo rio. Quando falamos da vida é preciso ter consciência de que nela está abarcada a totalidade das existências. Nada nem ninguém pode prescindir da vida. É dessa vida que se alimentam todas as criaturas, e isso quer dizer que se alimentam da vida umas das outras. Então, não se surpreenda se eu disser que, num nível ou outro, cada um come e é comido.

É muito fácil de entender: quando vocês são tomados por pensamentos e sentimentos egoístas, injustos e maus, é como se tivessem se alimentado nas regiões inferiores da vida. Aceitando esses pensamentos e esses sentimentos, vocês os fortalecem; mas não apenas os fortalecem, pois, como os pensamentos e sentimentos também emitem ondas que se propagam, vocês projetam emanações insalubres que servem de alimento a outras pessoas e mesmo às entidades infernais. Ao passo que quando se esforçam por cultivar pensamentos e sentimentos de harmonia e generosidade vocês não só se ligam às entidades superiores como esse alimento divino vai nutrir outras criaturas luminosas, e é assim que vocês viverão com elas, pois as terão alimentado.

A vida é feita de transformações, de incessantes transferências de uma criatura para outra. Cada um absorve a vida dos outros e, em troca, também os alimenta com sua própria vida. Portanto, sejam vigilantes, sabendo que só depende de vocês o alimento que vão receber e aquele que vão dar, de quem vai recebê-lo e a quem vão dá-lo. Tanto as criaturas angélicas quanto as diabólicas podem alimentar-nos ou se alimentar de nós.

Vocês dirão que os demônios estão no inferno e que é impossível nos alimentarmos deles ou que eles se alimentem de nós... Mas como é que vocês imaginam o inferno? Onde ele fica? Ele também faz parte do rio da vida; apenas não está na fonte, mas na desembocadura, e também é alimentado pela vida divina. Deus é a fonte da vida, foi Ele que tudo criou, e nada nem ninguém existe fora Dele. Todo ser vivo vive a vida de Deus. Assim sendo, devemos aceitar que esses seres que chamamos de demônios também tenham recebido a vida de Dele. Pois eles vivem, não podemos negá-lo, e se Deus não lhes retira a vida, é porque aceita sua existência.

A luz, o amor, a paciência de Deus alimentam todas as criaturas. Naturalmente, as que não permanecem junto a Ele provam-se dessas bênçãos. Mas são elas que se privam, não é o Senhor que as retirou delas. Alguns ficarão escandalizados com a maneira como apresento o inferno e os demônios. Pois bem, não adianta ficar escandalizado, é preciso raciocinar. Se as entidades tenebrosas não obtiveram sua vida de Deus, de quem a receberam? Acaso teriam criado elas mesmas ou a receberam de algum outro criador? Se Deus não é o único dono da vida, isso significaria que tampouco é o dono único do universo, e, portanto, não é todo-poderoso. Vejam só quantas contradições... Portanto, entendam que, se os espíritos infernais receberam a vida de Deus, também se alimentam da vida de Deus. Mas qual é o alimento que recebem? Certamente não é o mesmo alimento dos anjos, mas as cascas, os detritos deixados por outras criaturas à medida que a água do rio se afasta da Fonte; pois nessas cascas ainda sobram algumas partículas de vida lá do alto.

É preciso que isso fique bem claro. Deixando a fonte divina, o rio da vida desce, e ao descer atravessa as regiões chamadas pelos cristãos de hierarquias angélicas, e pelos cabalistas de sephirot. Mas a vida que sai de Deus não se detém aí, compreendendo também, mais embaixo, as regiões designadas pelos cristãos como “inferno” e pelos cabalistas como “kliphoth”, cujo significado é crosta, casca. Essas regiões ainda contêm alguns átomos da vida oriunda de Deus, é preciso repeti-lo sempre, pois não pode existir nenhuma vida fora de Deus. Se houvesse uma vida fora de Deus, é porque haveria um outro criador, e nesse caso teríamos o direito de sair em busca dele: o primeiro não sendo todo-poderoso, teríamos motivo para procurar um outro.

E como essa questão da unidade da criação não foi claramente explicada pela Igreja, diversos homens e mulheres quiseram pôr-se a serviço de Satã para combater o Senhor. Quanta ignorância! Que vitória imaginavam obter? Eles não sabiam que iriam absorver todas as imundícies, todos os restos caídos da vida divina. Mas que benefício, hein!

No plano físico, um malfeitor, um monstro, pode comer o alimento mais suculento e servi-lo a seus convidados. Mas no plano psíquico/sutil só podemos comer ou dar de comer um alimento que se assemelhe a nós, que corresponda ao que somos em nosso coração, nosso intelecto, nossa alma e nosso espírito. Atraímos aquilo que tem afinidade conosco e damos aquilo que emana de nós. E de acordo com a qualidade desse alimento, nos fortalecemos, nos enriquecemos... ou então nos debilitamos.

“O ladrão vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida...”. Por que será que Jesus opõe as intenções do ladrão às suas próprias? O ladrão vem para tomar e Jesus vem para dar. E se ele vem para dar a vida é porque esse ladrão ao qual se opõe vem para tomá-la. Quem é esse ladrão que vem furtar os seres humanos? Na realidade, são muitos ladrões, e dos mais diferentes tipos. Alguns estão do lado de fora, mas muitos estão sobretudo neles mesmos: são os desejos e as ambições que eles se mostram sempre dispostos a satisfazer, sacrificando o que têm de mais precioso: a vida, a vida divina.

Vocês certamente leram no Antigo Testamento a história dos dois filhos de Isaac: Esaú e Jacó. Esaú, o mais velho, passava o dia caçando ou trabalhando no campo, enquanto Jacó se ocupava tranquilamente na tenda. Certo dia, retornando do campo cansado e faminto, Esaú encontrou Jacó preparando uma sopa de lentilha. Incapaz de resistir ao alimento, ele cedeu a Jacó seu direito de primogenitura, em troca de um prato de lentilha. Perder o direito de primogenitura, com as honrarias e vantagens decorrentes, por uma sopa de lentilha – que troca mais desproporcional! Mas trata-se de mais um relato simbólico que precisa ser interpretado.

Aceitando abrir mão de seu direito de primogenitura para poder imediatamente saciar a fome, Esaú é o ser humano disposto a sacrificar o que lhe confere grande valor aos olhos de seu Pai celeste em troca de prazeres imediatos. Devemos entender o direito de primogenitura num sentido bem amplo; não é questão de ir agora dizer aos primogênitos de todas as famílias para não abrirem mão das prerrogativas de sua posição. Estou aqui falando a vocês sobre o plano espiritual, não a respeito do plano físico.

Nas famílias terrenas, existe necessariamente o filho que nasceu primeiro, o segundo, o terceiro, etc., pois estamos no plano físico, e no plano físico, regido pelas leis do espaço e do tempo, há sempre uma ordem uma classificação: um objeto depois do outro, uma pessoa depois da outra; eles não podem apresentar-se todos juntos no mesmo lugar. Mas no plano espiritual, na família divina, os seres humanos ocupam todos a mesma posição. Todos desfrutam, portanto, do “direito de primogenitura”, ou seja, da condição de filhos e filhas de Deus. Depende apenas deles se conscientizarem disso e trabalharem para preservar a sua posição. Só aquele que põe em primeiro lugar seus apetites, seus instintos, perde essa condição de filho de Deus: seu pai não é mais Deus ou o Espírito Santo, mas essa entidade que é chamada por Jesus, nos Evangelhos, de Mammom, e que não passa de outro aspecto desse mesmo Satã que veio tentá-lo no deserto.

A sopa de lentilhas representa a satisfação do estômago, mas fome também é sinônimo de todos os apetites, de todas as cobiças. Quantas outras fomes não impelem os seres humanos a se atirar sobre outras satisfações, fazendo-os perder seu direito de primogenitura, sua dignidade de filhos de Deus! Toda vez que um ser cede a um instinto – gula, sensualidade, cólera, ciúme, ambição, ódio – está vendendo seu direito de primogenitura, sua realeza interior, por um prato de lentilhas, e com isso empobrece, submete-se, torna-se escravo. Ele deu algo de extremamente precioso em si mesmo, partículas da vida divina, em troca de uma coisa que não valia a pena.

E mais tarde, quando Isaac, à beira da morte, quer dar a benção a Esaú, sua mulher, Rebeca, dá um jeito para que Jacó receba a bênção. Quando Esaú chega, é tarde demais; Isaac tinha dado tudo a Jacó, e pode apenas dizer: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois agora, meu filho?” Esaú já não é senhor de si mesmo, foi a seu irmão que Isaac deu o trigo e o vinho... O trigo e o vinho... O trigo, de que é feito o pão, e o vinho: será por acaso que aí estão os dois alimentos simbólicos que Melquisedec trouxera a Abraão e que Jesus dará a seus discípulos ao despedir-se deles? Quantas coisas não poderíamos descobrir na Bíblia se soubéssemos interpretar todas essas narrativas e, principalmente, relacioná-las umas às outras!

Ao dizer “eu vim para que tenham vida” Jesus nos obriga a tomar consciência de que nossa compreensão da vida é insuficiente. Nós recebemos a vida e vivemos... Nós a utilizamos, tomamos dela para satisfazer nossos desejos e necessidades, julgando assim nos desenvolver, quando na verdade nos debilitamos. E Deus, que nos deu a vida para que sejamos fortes, belos, poderosos, luminosos, na plenitude, vê apenas seres infelizes, franzinos, pálidos, encolhidos.

Portanto, se há uma coisa que eu compreendi, é que a única ciência que vale a pena ser estudada é a ciência da vida. E gostaria de convencê-los, pois todos os outros temas que abordarão, todas as atividades que empreenderão só poderão realmente proporcionar-lhes algo se vocês tiverem entendido essa realidade essencial: a vida. A consideração que vocês têm por essa vida divina que receberam determina a qualidade do seu comportamento e das suas ocupações.

Os seres humanos se esgotam na busca do poder, do sucesso, do prestígio, do dinheiro. Admitamos que os obtenham (o que nem é garantido), mas desperdiçam sua vida nesse processo, que lhes resta? Eles transformam a vida num meio de obter tudo que desejam, quando, pelo contrário, deveriam considerá-la como um objetivo, valendo-se de todas as faculdades para fortalecer, esclarecer e purificar a vida neles próprios. Em vez de estudar a vida, eles estudam a doença e a morte. A vida é assim por eles debilitada, diminuída. E no entanto, sem a vida nada há. Não nego o valor de certas aquisições, mas é graças à ciência da vida que cada coisa encontra lugar e sentido.

É a vida que alimenta o intelecto, o coração e a vontade. Quando o homem preserva essa vida em si mesmo, seu intelecto compreende, seu coração ama e se alegra, sua força de vontade cria e se revigora. Caso contrário, seu intelecto se entorpece, seu coração esfria e sua força de vontade vacila. Sem a vida não existe mais a possibilidade da ciência, da arte, da filosofia. Por isso é que lhes digo que a ciência da vida é a chave de todas as realizações. Ampliem a vida, limpem a fonte em vocês, para que a água corra mais livremente: poderão então encher os reservatórios e enviar essa vida ao intelecto, que será esclarecido, ao coração que se abrirá para as dimensões do universo, e à força de vontade, que se tornará criadora, incansável.

A vida é como a gasolina em um carro: se não tiver mais gasolina ou se você colocar qualquer outro líquido, ele não andará; porém, não falta nenhuma peça!.... A vida também pode ser comparada ao sangue: o sujeito mais vigoroso torna-se inanimado se for privado de seu sangue. Mas pergunte a alguém: “O que você faz da sua vida? Por acaso pensa em preservá-la, em torná-la mais forte, mais rica?” A pessoa olhará para você com espanto, pois, para ela, preservar a vida significa apenas não se expor imprudentemente aos perigos e se tratar quando estiver doente. No resto do tempo, a vida lhe serve para correr atrás dos prazeres, das aquisições materiais, para ganhar dinheiro ou prestígio. Esse ignorante não sabe ainda que o verdadeiro dinheiro é a sua própria vida. Sim, a vida é dinheiro! E um dinheiro que permite fazer compras em lojas muito melhores que as lojas daqui da Terra.

O dinheiro é a expressão material de todas as possibilidades que a vida nos oferece, sim, mas apenas a expressão material. É necessário aprender a transpô-lo para os outros planos – afetivo, mental, espiritual – para obter nesses planos o equivalente do que podemos obter no plano físico.

A vida é o óleo para a lâmpada, a água para o moinho, a gasolina para o automóvel, a corrente elétrica para a usina, o sangue para o organismo. É ela que permite que tudo funcione. Mas, apesar disso, é a mais ignorada, a mais desprezada. “Como?”, pergunta alguém. “Eu considero a vida o bem mais precioso. Ontem à noite um assaltante me abordou no escuro, numa esquina, ameaçando: ‘a bolsa ou a vida!’ Óbvio que eu entreguei a bolsa.” Muito bem, isto é verdade, quando a questão se apresenta assim, é a vida que escolhemos. Mas em outras circunstâncias não pensamos nela, a desperdiçamos, a depreciamos. É preciso ser posto contra a parede para entender. Antes, porém, as pessoas não têm consciência, desperdiçam a vida na busca de satisfações e vantagens que nunca são tão importantes quanto a vida em si. Para ganhar alguns trocados, para ter o prazer de se vangloriar de alguns sucessos, quantas pessoas são capazes de desperdiçar a própria vida! Em sua balança interior, diante do pouco que ganharam, elas nunca pensam em avaliar os tesouros da vida que perderam.

E para quantos homens e mulheres a vida só tem interesse quando vivida nos excessos! Preferem até matar-se, desde que possam viver sensações intensas... Será que se perguntam se foi para isso que Deus lhes deu a vida, e se não haveria outras maneiras de viver intensamente?... Não, a maioria dos seres humanos tem uma concepção da vida que os conduz à morte, à morte física ou espiritual, e, muitas vezes, às duas. Claro, todos morreremos um dia, mas isso nunca nos deve impedir de estudar a única verdadeira ciência: a ciência da vida. É a vida o que temos em comum com Deus e com tudo que existe no universo. Portanto, é nos tornando vivos que entramos em comunicação com Deus, com todas as criaturas e com o universo.

Querem vocês, então, tornar-se mais vivos? Querem que sua vida se torne mais intensa em suas vibrações, em suas emanações? Entre os milhares de conselhos que posso lhe dar, guarde pelo menos um. Tomem consciência de toda a vida que existe ao redor, e tratem de respeitá-la como uma manifestação da vida divina. Se pelo menos os homens aprendessem a respeitar essa vida nos outros, ao redor deles, já seria um grande progresso. Mas como é que eles consideram uns aos outros? Quando se encontram, será que pensam: “Eis uma criatura que, como eu, contém uma parcela da Divindade; então, devo tratar de respeitá-la, de protegê-la”? Não, não, muitas vezes eles se vêem apenas como sombras ou autômatos; maltratam uns aos outros, procuram servir-se uns dos outros como se fossem objetos ou instrumentos, e quando se sentem demasiado incomodados, um logo trata de eliminar o outro. Mas que vida esperam ter com tal comportamento?

Tornar-se vivo é despertar para as manifestações infinitas da vida ao nosso redor, saudar as pessoas que encontramos, ver nelas a centelha de vida divina, agradecer-lhes por tudo que fazem por nós, às vezes sem que sequer o saibamos. Tornar-se vivo é maravilhar-se sempre, ver sempre os seres e as coisas como se fosse a primeira vez. Sim, isso é tornar-se vivo da vida do próprio Deus. Como esse é o vínculo mais forte que nos une a Deus, para sermos verdadeiros filhos e filhas de Deus devemos trabalhar para tornar divina a nossa própria vida. É possível encontrar a verdadeira religião nas igrejas, mas ela está, antes de mais nada, na vida, cabendo portanto a nós estabelecer uma relação consciente com todas as melhores manifestações da vida.


[2032[1].jpg]

terça-feira, janeiro 16, 2018

Mente: uma via de percepção

- Joel S. Goldsmith - 


No plano humano, a mente é criativa. Ela pode criar o bem e o mal – e os cria.

No plano espiritual, contudo, a mente não é uma faculdade criativa, mas uma larga via de percepção da Perfeição Absoluta.

Se, por exemplo, tivermos uma tela em branco diante de nós, e, em vez de torturar nossos cérebros buscando algo para preenche-la, aprendermos a ficar quietos e esperar, tomando a atitude interior: “Aí está a tela, Pai, pinte o quadro”, nós encontraremos ideias a fluir livremente, e dentro de nossa consciência surgirão as diretrizes do que a nossa mente e nossas mãos irão executar.

Em tal estado de receptividade, as invenções, as descobertas e os projetos na prancheta, ou qualquer ideia que seja necessária, serão desenvolvidos, assim como receberemos habilidade para executar tais ideias.

Assim ocorre porque a sede real da inteligência é a Alma ou Espírito e a Inteligência divina atuando por meio do seu instrumento, que é a mente.

Todo o segredo está em fazer a transição entre uma mente que pensa, projeta e planeja e uma mente que repouse num estado de lucidez do qual possam fluir as ideias divinas.

Contudo, desde a experiência ilusória conhecida como “queda do homem”, ou seja, desde que o homem se reconheceu como carnal  separado do Espírito Único  Deus, a mente tem sido usado como uma faculdade criativa, e é o que está na raiz dos nossos problemas e sofrimentos de hoje.

Assim, quando somos chamados a ajudar nossos familiares, amigos ou os demais, ou mesmo a ajudar a nós mesmos, em vez de tentar mudar as pessoas ou as condições, ou em vez de condenar a nós mesmos ou aos outros, podemos perceber que isso é só mais uma maneira de a mente se nos apresentar.

A ação de curar reside na nossa descoberta de que “a mente não é um poder: a mente é uma larga via de percepção”.

Poderemos observar o quão milagrosamente isso trabalha, sempre que formos induzidos a cometer qualquer tipo de erro, se não o combatermos mas silenciosamente percebermos: “Deus é o grande e único princípio criativo da vida, a fonte de todo Ser. Apenas Deus. Tu não terás outro Deus fora de Mim – nenhum outro poder, nenhum outro criador, mas só Um; só Deus É, e o que me aborrece não pode vir de Deus, e sim da mente. É a mente me apresentando um quadro de algum tipo de carência”.

Aqueles que vivem no Espírito têm vislumbres do Real ou da Criação Espiritual, e são capazes de discernir o homem real, feito à imagem e semelhança de Deus, e de ver que nada jamais interfere na harmonia do desenvolvimento e revelação do homem espiritual.

Contudo, no nível humano, nossa mente governa nosso corpo e todos os aspectos da criação, e os governa para o bem e para o mal.

Num dia nos traz saúde e noutro, a doença; um dia traz a riqueza e outro dia, a carência, pois a mente sendo da Terra é constituída das duas qualidades – bem e mal  , e por isso se manifesta e se exprime por esses extremos.

Até que nos elevemos acima da "mente - pensamento", não poderemos estar acima dos pares de opostos.

Quando transcendemos a mente pensante e tocamos o reino do Espírito, vivemos num estado de consciência diferente. Não mais lançamos mão de afirmações ou negações, remédios físicos ou mentais: agora fazemos contato com o centro espiritual, onde encontraremos a paz, e então achamos ter transcendido a atividade mental do bem e do mal.

Vivemos na aparência uma vida que o mundo chama “normal”, mas que é na verdade um vida espiritual que, em grande medida, é intocada pela atividade da mente sem iluminação.

Corretamente entendida, a mente é um instrumento de Deus, criada por Deus. Portanto, a mente em si mesma, assim como seus produtos, é só um efeito. Não é causa, mas efeito. Apenas Deus, Alma ou Espírito, é Causa, e o corpo e a mente, efeitos.

Se permanecermos com a verdade espiritual em nossa consciência, nenhum dos males deste mundo se aproximará de nossa moradia, porque a verdade mantida na consciência passa a viver nossa vida.
Vivendo numa atmosfera de discernimento espiritual e preenchendo a consciência com a Verdade, momento virá em que a Verdade assuma a direção da nossa mente e não nos será mais necessário preencher a mente com a Verdade.

A partir daí, será o contrário. Não mais seremos nós a pensar na verdade lembrando, afirmando ou meditando sobre ela: será a própria Verdade a usar nossa mente para se expressar, sempre nos usando, sempre fluindo através de nós.


sábado, janeiro 13, 2018

Diga "Eu sou Deus" convictamente!

- Dárcio Dezolt -


O tempo inteiro o mundo lança sobre você as crenças hipnóticas contrárias à Verdade e à Unidade. O dualismo que forma o "mesmerismo de massa" não lhe dá trégua! Por isso, não relute em afirmar a Verdade: "EU SOU DEUS!" Afirme-a resolutamente, sem reservas ou restrições! "Sem o Verbo (Deus), nada do que foi feito se fez", diz a Bíblia! Você vive! Você é Verbo! Você é Deus!

Não vá na conversa mésmerica de que somente será Deus "quando estiver consciente deste fato"; se você assim acreditar, estará afirmando: "EU SOU ILUSÃO!"

A dualidade é uma farsa! A Verdade é fato perene! Acreditar em "conscientização humana" para que alguém seja Deus é duvidar de que Deus seja Tudo! Afirme com coragem e determinação: "EU SOU DEUS!" Não existe outra opção!

Não há outra PRESENÇA, sendo a SUA PRESENÇA, que não seja DEUS! Não ceda a nada que contrarie o Fato eterno! Não admita aceitar o que a cega e ilusória "mente humana" lhe diz que você é! Esta mente não existe! Sente "resistências", quando afirma "Eu Sou Deus"? Tais "resistências" são as "crenças" infiltradas em sua aceitação! Não perca tempo com sugestões hipnóticas! Expulse-as! Viva a Verdade que é VIDA sendo VOCÊ! Entenda que não há Verdades pessoais, mas tão somente universais! Se Jesus disse: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", a UNIDADE QUE SOMOS é quem o afirma! Simplesmente endosse-a! Sem rodeios! Afirme: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", "Eu sou Deus!"

Faça isso e estará no juízo justo, o julgamento que "honra o Filho como honra o Pai", como disse Jesus. Honre-se formando a "Videira una", sem dar brechas ao dualismo do "mesmerismo". Ilusão é nada! Não se conscientiza de coisa alguma! E DEUS É TUDO! Já está consciente de SER TUDO! Por isso, você, como Consciência, é DEUS!


quarta-feira, janeiro 10, 2018

"Batei, e se vos abrirá"

- Dárcio Dezolt - 


“Batei, e se vos abrirá” – disse Jesus. Dava assim a garantia de que “todo aquele que se dedicasse  a conhecer a Verdade”, nunca o faria em vão: de uma forma ou de outra, ele a teria revelada! O suposto “mundo fenomênico” é um ardil da “mente carnal”, desviando a atenção do real e permanente Reino de Deus, incapaz de ser percebido ou mostrado por ela! Ocorre, no entanto, que é NELE que todos estamos agora vivendo! Desse modo, enquanto este “bater”, que nos faça ver a “porta da Verdade se nos abrir”,  for feito com esta “mente falsa e cega”,  seremos iludidos por ela e sua ilusão de “vida terrena”!

A Verdade que alguém possa desejar conhecer, é a Verdade que ele próprio já É! Por isso vem-lhe o desejo de conhecê-la! “Ao que TEM, muito lhe será dado, mas, ao que NÃO TEM, até o pouco que tem lhe será tirado”, disse Jesus. A aplicação desta revelação, em seu alcance absoluto, indica a necessidade de admitirmos, a priori, que "somos a Verdade", para que estejamos na mesma frequência do que, aparentemente, desejarmos conhecer.

A “lógica divina” difere por completo da suposta “lógica humana”, que considera as pessoas sempre carentes ou necessitadas de algo do que creem não possuir. Na “lógica divina”, imperam as “loucuras de Deus”, dentre as quais figura esta iluminada e importantíssima instrução de Jesus: “Ao que tem, muito lhe será dado”!

Não há Deus algum dando “graças e bênçãos” a prestação! “Vosso Pai se agradou em dar-vos o Seu Reino” – declarou Jesus. Por que a maioria, mesmo após mais de dois milênios, continua ignorando tão importante revelação? Por estar convicta de viver num limitado, finito e imperfeito "mundo material"! Por que Jesus fez a iluminada declaração, de que “JÁ TEMOS O REINO DE DEUS”? Por ser a VERDADE, e por saber que A MENTIRA teria de ser por ela substituída! “Vós, deste mundo, não sois” – disse ele.

Se alguém disser que “deixou de ter um ilusório mundo terreno”, por ter-se aceito como dono do Reino Celestial, provavelmente terá sua sanidade posta sob suspeita! Para a maioria, a ILUSÃO é a VERDADE, e, como disse Paulo, “as coisas de Deus são loucuras para os homens”. Em vista disso, quem estuda o enfoque absoluto, deve se habituar com as revelações estranhas à limitada “lógica do mundo”!

Aceite as Verdades reveladas como confiáveis e já em evidência. Primeiramente, acredite que VOCÊ É A VERDADE, e nunca que está “à procura dela”! Aceite que VOCÊ TEM A VERDADE, e nunca que “um dia a poderá vir a conhecer”! Aceite que VOCÊ JÁ POSSUIDOR DO REINO DE DEUS! Admitir estas revelações significa admitir SER FILHO DE DEUS, e, ao mesmo tempo,  significa “se despojar” do “eu” supostamente nascido na matéria!

Trabalhe com os princípios absolutos, crendo serem eles a Verdade consumada! É dessa forma que "a porta se lhe mostrará aberta"!

“Eu sou a porta” – disse Jesus. Faça, igualzinho, este mesmo reconhecimento! Há unicamente um "Eu", uma "Vida", uma "Consciência", um "Universo"! Este "Eu Sou" é a Unidade Perfeita, é o "Eu" que Jesus é, e o "Eu que você é!


sábado, janeiro 06, 2018

PRINCÍPIOS DOS MILAGRES

- Um Curso em Milagres - 


50 PRINCÍPIOS DOS MILAGRES

1. Não há ordem de dificuldades em milagres. Um não é mais “difícil” nem “maior” do que o outro. Todos são o mesmo. Todas as expressões de amor são máximas.

2. Milagres em si não importam. A única coisa que importa é a sua Fonte, Que está muito além de qualquer avaliação.

3. Milagres ocorrem naturalmente como expressões de amor. O amor que os inspira é o milagre real. Nesse sentido, tudo o que vem do amor, é um milagre.

4. Todos os milagres significam vida, e Deus é o Doador da vida. A Sua Voz vai dirigir-te de forma muito específica. Tudo o que precisas saber te será dito.

5. Milagres são hábitos e devem ser involuntários. Não devem estar sob controle consciente. Milagres conscientemente selecionados podem ser guiados de forma equivocada.

6. Milagres são naturais. Quando não ocorrem, algo errado aconteceu.

7. Milagres são um direito de todos; antes, porém, a purificação é necessária.

8. Milagres são curativos porque suprem uma falta; são apresentados por aqueles que temporariamente tem mais para aqueles que temporariamente tem menos.

9. Milagres são uma espécie de troca. Como todas as expressões de amor, que são sempre miraculosas no sentido verdadeiro, a troca reverte às leis físicas. Trazem mais amor tanto para o doador quanto para a-quele que recebe.

10. O uso dos milagres como espetáculos para induzir a crença é uma compreensão equivocada do seu propósito.

11. A oração é o veículo dos milagres. É um meio de comunicação do que foi criado com o Criador. Através da oração o amor é recebido e através dos milagres o amor é expressado.

12. Milagres são pensamentos. Pensamentos podem representar o nível mais baixo ou corporal da experiência, ou o nível mais alto ou espiritual da experiência. Um faz o físico e o outro cria o espiritual.

13. Milagres são tanto princípios como fins, e assim alteram a ordem temporal. São sempre afirmações de renascimento, que parecem retroceder mas realmente avançam. Eles desfazem o passado no presente e assim liberam o futuro.

14. Milagres dão testemunho da verdade. São convincentes porque surgem da convicção. Sem convicção deterioram-se em mágica, que não faz uso da mente e é, portanto, destrutiva; ou melhor, é o uso não-criativo da mente.

15. Cada dia deve ser devotado aos milagres. O propósito do tempo é fazer com que sejas capaz de aprender como usá-lo construtivamente. É, portanto, um instrumento de ensino e um meio para um fim. O tempo cessará quando não for mais útil para facilitar o aprendizado.

16. Milagres são instrumentos de ensino para demonstrar que dar é tão bem-aventurado quanto receber. Eles simultaneamente aumentam a força do doador e suprem a força de quem recebe.

17. Milagres transcendem o corpo. São passagens súbitas para a invisibilidade, distante do nível corporal. É por isso que curam.

18. Um milagre é um serviço. É o serviço máximo que podes prestar a um outro. E uma forma de amar o teu próximo como a ti mesmo. Reconheces o teu próprio valor e o do teu próximo simultaneamente.

19. Milagres fazem com que as mentes sejam uma só em Deus. Eles dependem de cooperação porque a Filiação é a soma de tudo o que Deus criou. Milagres, portanto, refletem as leis da eternidade, não do tempo.

20. Milagres despertam novamente a consciência de que o espírito, não o corpo, é o altar da verdade. É esse o reconhecimento que conduz ao poder curativo do milagre.

21. Milagres são sinais naturais de perdão. Através dos milagres aceitas o perdão de Deus por estendê-lo a outros.

22. Milagres só são associados com o medo devido à crença em que a escuridão possa ocultar. Tu acreditas que aquilo que os teus olhos físicos não podem ver não existe. Isso conduz a uma negação da visão espiritual.

23. Milagres rearranjam a percepção e colocam todos os níveis em perspectiva verdadeira. Isso é cura porque a doença vem da confusão de níveis.

24. Milagres fazem com que sejas capaz de curar os doentes e ressuscitar os mortos porque tu mesmo fizeste a doença e a morte, podes, portanto, abolir ambos. Tu és um milagre, capaz de criar como o teu Criador. Tudo o mais é o teu próprio pesadelo e não existe. Somente as criações da luz são reais.

25. Milagres são parte de uma cadeia interligada de perdão que, quando completa, é a Expiação. A Expiação funciona durante todo o tempo e em todas as dimensões do tempo.

26. Milagres representam a libertação do medo. ”Expiar” significa “desfazer”. Desfazer o medo é uma parte essencial do valor dos milagres na Expiação.

27. Um milagre é uma benção universal de Deus através de mim para todos os meus irmãos. O privilégio dos perdoados é perdoar.

28. Milagres são um caminho para ganhar a liberação do medo. A revelação induz a um estado no qual o medo já foi abolido. Milagres são assim um meio e a revelação é um fim.

29. Milagres louvam a Deus através de ti. Eles O louvam, honrando Suas criações, afirmando que são perfeitas. Curam porque negam a identificação com o corpo e afirmam a identificação com o espírito.

30. Por reconhecerem o espírito, os milagres ajustam os níveis da percepção e os mostram em alinhamento adequado. Isso coloca o espírito no centro, onde ele pode comunicar-se diretamente.

31. Milagres devem inspirar gratidão, não reverência. Deves agradecer a Deus pelo que realmente és. As crianças de Deus são santas e os milagres honram a sua santidade, que pode estar oculta mas nunca perdida.

32. Eu inspiro todos os milagres, que são realmente intercessões. Eles intercedem pela tua santidade e fazem com que as tuas percepções sejam santas. Colocando-te além das leis físicas, eles te erguem à esfera da ordem celestial. Nesta ordem, tu és perfeito.

33. Milagres te honram porque és amável. Eles dissipam ilusões a respeito de ti mesmo e percebem a luz em ti. Assim expiam os teus erros libertando-te dos teus pesadelos. Por liberar a tua mente da prisão das tuas ilusões, restauram a tua sanidade.

34. Milagres restauram a mente à sua plenitude. Por expiar o senso de carência, estabelecem proteção perfeita. A força do espírito não deixa lugar para intrusões.

35. Milagres são expressões de amor, mas podem não ter sempre efeitos observáveis.

36. Milagres são exemplos do pensamento certo, alinhando as tuas percepções com a verdade tal como Deus a criou.

37. Um milagre é uma correção introduzida por mim num pensamento falso. Age como catalisador, quebrando a percepção errônea e reorganizando-a adequadamente. Isso te coloca sob o princípio da Expiação onde a percepção é curada. Até que isso tenha ocorrido, o conhecimento da Ordem Divina é impossível.

38. O Espírito Santo é o mecanismo dos milagres. Ele reconhece tanto as criações de Deus quanto as tuas ilusões. Ele separa o verdadeiro do falso através da Sua capacidade de perceber de forma total e não seletiva.

39.O milagre dissolve o erro porque o Espírito Santo o identifica como falso ou irreal. Isso é o mesmo que dizer que por perceber a luz, a escuridão automaticamente desaparece.

40. O milagre reconhece todas as pessoas como teu irmão e meu também. É um caminho para se perceber a marca universal de Deus.

41. A integridade é o conteúdo perceptivo dos milagres. Assim, corrigem ou expiam a percepção defeituosa da falta.

42. Uma das maiores contribuições dos milagres é a sua força para liberar-te do teu falso senso de isolamento, privação e falta.

43. Milagres surgem de um estado milagroso da mente, ou um estado de prontidão para o milagre.

44. O milagre é uma expressão da consciência interior de Cristo e da aceitação da Sua Expiação.

45. Um milagre nunca se perde. Pode tocar muitas pessoas que nem mesmo encontraste e produzir mudanças nunca sonhadas em situações das quais nem mesmo estás ciente.

46. O Espírito Santo é o mais elevado veículo de comunicação. Milagres não envolvem esse tipo de comunicação, porque são instrumentos temporários de comunicação. Quando retornas a tua forma original de comunicação com Deus, por revelação direta, a necessidade de milagres acaba.

47. O milagre é um instrumento de aprendizado que faz com que a necessidade de tempo diminua. Ele estabelece um intervalo temporal fora do padrão, que não está sujeito às leis usuais do tempo. Nesse sentido ele é intemporal.

48. O milagre é o único instrumento a tua disposição imediata para controlar o tempo. Só a revelação o transcende, não tendo absolutamente nada a ver com o tempo.

49. O milagre não faz distinções entre graus de percepção equivocada. É um instrumento para a correção da percepção que é eficiente, sem levar em consideração o grau ou a direção do erro. É isso o que faz com que ele seja verdadeiramente indiscriminado.

50. O milagre compara o que tu fazes com a criação, aceitando como verdadeiro o que está de acordo com ela e rejeitando como falso o que está em desacordo.